sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Plante uma árvore

Esta semana a grande imprensa noticiou a prisão de um grande traficante na zona norte do Rio de Janeiro. Com ele não havia nenhuma arma, nenhum dinheiro, nenhum recibo, mas dez pés de cannabis sativa, a popular maconha.

Esse jovem foi exposto, humilhado, mais uma vítima da criminalização da pobreza. Por se fosse no jardim botânico ou em São conrado, nós nem saberíamos. É que lá coisas assim não acontecem. Quantas vezes você já ouviu a imprensa escrachar a bandidagem de alta classe que a Polícia Federal e o Ministério Público têm prendido, lembra de quantos políticos corruptos escrachados?



A que absurdo pode chegar a ignorância humana, tentar impedir que se plante um árvore, impedir que a semente cumpra sua função de germinar. A violência é alimentada pela estupidez. O jovem preso em seu depoimento disse ser contra o tráfico.

Será que as autoridades competentes farão uma reflexão, que se autorizado o plantio para consumo próprio da cannabis sativa isso pode enfraquecer o tráfico de drogas.

Parabéns ao povo da Marcha da Maconha, do Growroom e do Hempadão pelo ativismo e solidariedade. Será que não existem mais pessoas nestas condições presas por plantar e acusadas de traficantes.?

Vejam abaixo uma matéria que não verão na televisão.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Seminário "Os Partidos Políticos e a Saúde"

Nestes tempos de despolitização da política e de banalização dos partidos,uma excelente oportunidade para ouvir se os partidos tem programa para a Saúde.

Ano que vem tem eleição para governador e presidente, será que os partidos tem propostas para a saúde? Será que algum partido ainda reivindica a Reforma Sanitária?

Apareça e tire suas próprias conclusões.


Curta interessante sobre política e relaxamento

De Daniel Rezende com Wagner Moura

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Poética - Drummond

A Flor e A Náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cizenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre

fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que triste são as coisas, consideradas em ênfase.

Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam pra casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A reação do Arruda Ladrão

Como crescem as manifestações pelo impeachement do Governador Ladrão do DF Arruda, cuja legenda se chama Democratas (os Demos)na mais fina ironia da política brasileira, resolveram apelar pro método que usavam quanda ainda se chamavam ARENA.

A polícia militar cumpriu seu papel lamentável de defender o poder em detrimento da população. Vai tentar garantir que o governador permaneça e possa celebrar seu Natal com os panetones pago pelo povo.

Enfim, acredito que é possível derrotar o governador ladrão. As manifestações devem crescer mais e mais... Essa vitória em Brasília é fundamental, precisa servir de exemplo para toda a população de que é possível lutar contra os poderes e vencer. Assim, talvez, a população repita a dose em outros estados e tantos municipios pelo país afora. Precisamos acabar com o banquete dos ratos!

Segue uma charge e um link para um vídeo que mostra o comandante da operação Coronel Silva Filho atacando um manifestante e em seguida jogando bomba e balas de borracha no cinegrafista que gravava sua atuação.



http://vimeo.com/8087713

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A oração da Propina

Cenas lastimáveis da corrupção da fé.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Entre a Festa da Democracia e o Banquete dos Ratos

Nestes últimos dias os acontecimentos políticos flagrados em Brasília tem sido destaque na mídia nacional. Até o dia anterior à Operação Caixa de Pandora o governo do Demo Arruda era considerado exemplar por grande parte desta mídia. A população assistiu a cenas, que talvez já tivessem imaginado, mas nunca vista e tampouco transmitida em cadeia nacional no horário nobre da TV.

Assistimos a guardarem dinheiro em bolsos, meias e, de novo, na cueca. O governador recebe um maço de dinheiro, diz que não pode sair dali assim, põe na sacola e pede pro assessor guardar no carro. Bizarro mesmo é a “oração da propina”, agradecer a Deus pelo dinheiro ilícito. Foi se o tempo que as religiões tinham opção pelos pobres e sua Teologia era da Libertação, agora é tempo da Teologia da Prosperidade. Sim assistir um Pastor louvar a Deus agradecendo a propina sua de cada dia é demais até para mim um agnóstico.

Há 15 anos, com evidências menos explícitas, os jovens pintaram seus rostos e foram às ruas num lindo movimento que ficou conhecido como “Carapintada”. Os movimentos sociais não se dividiam quando lutavam contra o inimigo. Ainda era viva a ânsia de lutar por transformações vindas dos anos 1980.

Mas hoje, com a despolitização da política, a banalização da desonestidade e a corrupção da religião, a Festa da Democracia se tornou o Banquete dos Ratos. A população passa uma procuração para seus “representantes”, tanto do executivo quanto do legislativo, enriquecerem em seu nome.

Os esquemas são sempre financiados com o dinheiro público. Pois as empresas pagam aos políticos após conseguirem contratos milionários, quase sempre, sem licitação. Assim eles são eleitos em campanhas milionárias.

É preciso Reforma Política? Sim! Mas ainda é pouco, a população precisa compreender seu papel. Os cidadãos precisam ser sujeitos de sua própria história. Se o povo não participar dos acontecimentos que determinam sua vida econômica, social e cultural, ainda continuaremos a assistir o Banquete dos Ratos.

A Festa da Democracia não pode ser apenas mais um evento no calendário festivo do brasileiro. Ela deve realizar-se no dia a dia do cidadão. Mas ela deve ser de forma organizada e seus principais convidados devem ser os movimentos sociais.

O povo organizado dever adentrar as câmaras legislativas pelo país afora, ocupar os espaços políticas ali existentes. E caso tentem fechar as portas, que façam como os jovens, sempre eles, em Brasília. Passem por cima! Não é preciso convite para entrar na Casa do Povo. E dali expulsem essa escória política, a começar pelo Arruda.

Matheus Thomaz

Ocupação da Câmara Legislativa de Brasília

Observem as cenas abaixo, jovens ocupando a Camara Legislativa de Brasília e gritando fora Arruda. Os deputados distritais ficaram receosos e se trancaram em seus gabinetes... Na hora de encarar o povo, fogem.

É preciso, em cada cidadezinha do país afora, estimular atos como esse. Os representantes precisam entender, nem que seja na marra, que os mandatos não são deles... mas do povo.

quanto tiverem vergonha, ou medo, de sair às ruas é sinal que o povo está reestabelecendo a ordem das coisas.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Poética - Em homenagem ao Dia da Consciência Negra

Trecho da Missa dos Quilombos: Texto: Pedro CASALDÁLIGA e Pedro TIERRA
Música: Milton NASCIMENTO.

Pode ser lida completa em: http://www.servicioskoinonia.org/Casaldaliga/poesia/quilombos.htm

Estamos chegando do ventre das Minas,
estamos chegando dos tristes mocambos,
dos gritos calados nós somos,
viemos cobrar.

Estamos chegando da cruz dos engenhos,
estamos sangrando a cruz do Batismo,
marcados a ferro nós fomos,
viemos gritar.

Estamos chegando do alto dos morros,
estamos chegando da lei da Baixada,
das covas sem nome chegamos
viemos clamar.

Estamos chegando do chao dos Quilombos,
estamos chegando do som dos tambores,
dos Novos Palmares só somos,
viemos lutar.

Quadros, quadrinhos e quadrados!

Para uma reflexão sobre o feriado do "Dia da Consciência Negra" em 20 de novembro.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Debate: Controle Social e Gestão da Barbárie

Debate super interessante que acontecerá na UERJ na próxima segunda-feira dia 23/11.


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Carta aberta de Cesare Battisti a Lula e ao Povo Brasileiro

14 de Novembro de 2009


Como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena! Por Cesare Battisti



“CARTA ABERTA”

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO BRASILEIRA

AO POVO BRASILEIRO


“Trinta anos mudam muitas coisas na vida dos homens, e às vezes fazem uma vida toda”. (O homem em revolta - Albert Camus)


Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós, podem sinceramente dizer que nunca desejou afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo.


Entretanto, frequentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida.


A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as relações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muito exilados.


Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos. Não tudo! Os sonhos continuam!


Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram conquistadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia. Eu sou fruto desses anos 70, assim como muitos outros aqui no Brasil, inclusive muitos companheiros que hoje são responsáveis pelos destinos do povo brasileiro. Eu na verdade não perdi nada, porque não lutei por algo que podia levar comigo. Mas agora, detido aqui no Brasil não posso aceitar a humilhação de ser tratado de criminoso comum.


Por isso, frente à surpreendente obstinação de alguns ministros do STF que não querem ver o que era realmente a Itália dos anos 70, que me negam a intenção de meus atos; que fecharam os olhos frente à total falta de provas técnicas de minha culpabilidade referente aos quatro homicídios a mim atribuídos; não reconhecem a revelia do meu julgamento; a prescrição e quem sabem qual outro impedimento à extradição.


Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato.


E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político. Espero com isso impedir, num último ato de desespero, esta extradição, que para mim equivale a uma pena de morte.


Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver.


Findo esta carta, agradecendo aos companheiros que desde o início da minha luta jamais me abandonaram e da mesma forma agradeço àqueles que chegaram de última hora, mas, que têm a mesma importância daqueles que estão ao meu lado desde o princípio de tudo. A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!


Espero que o legado daqueles que tombaram no front da batalha não fique em vão. Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade


Cesare Battisti

domingo, 8 de novembro de 2009

Para refletir...


"Liberdade, essa palavra, Que o sonho humano alimenta, Que não há ninguém que explique, E ninguém que não entenda!" Cecília Meireles

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Pancadaria no lançamento de Livro sobre Sarney

Honoráveis bandidos, este é o nome do livro que causou discórdia e pancadaria no Maranhão. No lançamento, com a presença do autor Palmério Dória, a juventude do PMDB do Maranhão invadiu o auditório e agrediu os presentes. Vejam as cenas do momento da invasão.

Eles foram identificados por que uma filiadada, que possui cargo de confiança no governo Roseana Sarney, esqueceu a bolsa no local.

Um detalhe interessante é que sobre tal fato pouco se falou na grande mídia.




Aqui um link para saber mais sobre o livro: http://www.poracaso.com/dica-de-livro-honoraveis-bandidos-um-retrato-do-brasil-na-era-sarney.html

Quadros, quadrinhos e quadrados

Por que o lucro justifica tudo, inclusive a fome...

Viva a sociedade capitalista!


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Samba da Mais Valia

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O machismo, o capital e a "puta" da UNIBAM

Os jovens que hostilizaram a mulher na UNIBAN são o retrato da cultura dominante no país, um capitalismo com fortes laços do arcaico e com traços de um fundamentalismo religioso que remete a Idade das Trevas, digo, Média.

O capital transforma tudo em mercadoria, e assim o fez com a mulher. O que se assiste nesta Universidade é uma consequencia disto. Já que esses mesmos jovens em suas chopadas com cerveja (uma droga legal, estimulada e encontrada em qualquer esquina) liberada se tornam hordas de Bêbados, ao som de músicas que depreciam a mulher, que passam a ser mulheres-fruta, cachorras e outros verbertes elogiosos...

Tal qual a Idade Média, calcada no puritanismo católico, ou mesmo no mundo contemporâneo que se expressa no protestantismo norte-americano. Ou indo mais além e olhando parte do mundo islâmico. A mulher ser subjulgada já é uma construção histórica de muito tempo.

Olhem as cenas, parece a história do Frankenstein, só faltam as tochas, enxadas e ancinhos. Fosse aquela mulher uma profissional do sexo ou não. Uma coisa chama atenção, os acontecimentos se deram no interior de uma universidade, onde se deveria produzir conhecimento em prol da humanidade.

Cada vez mais é imperativa a reflexão que nesta cultura que vivemos, os valores que cultivamos não engrandecem a humanidade. Pensar um mundo diferente, uma experiência livre.

O Machismo é um mal do capitalismo e como tal somente se extinguirá com a próprio fim da ordem capitalista. E nós podemos fazer isso!

Abaixo a cena da expulsão e um comentário interessante sobre o ocorrido.





quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Agência de Noticias das Favelas lança jornal

Esse post eu tenho grande orgulho de fazer, pois também me sinto parte deste lançamento. Ajudei a discutir e a pensar ANF. Parabéns ao Andre Fernandes, Marcio Anheli e Talys Mota, esse é um primeiro passo, e eu to aí para correr junto.


A ANF - Agência de Notícias das Favelas está lançando na sexta-feira, às 18h, no Casarão dos Prazeres (morro dos Prazeres) em Santa Teresa, o jornal A VOZ DA FAVELA. O jornal traz em seu número zero diversas matérias e textos de moradores de favelas, além de artigos com o sociólogo Caio Ferraz, o advogado Carlos Bruce Batista e o advogado João Tancredo. Contará também com uma agenda de eventos, as colunas "Não deu na GRANDE mídia" e "deu na GRANDE mídia". Em sua primeira edição o tablóide contará com vinte mil exemplares e terá o patrocínio do Sindicato dos Bancários, Furacão 2000 e TV ROC. Sua distribuição será gratuíta em quarenta favelas, além de sindicatos, movimentos sociais e universidades.
www.anf.org.br

Dia do servidor Público

Ontem (28/10) foi o dia do funcionário público, parabéns a todos nós que tentamos prestar um serviçode qualidade.

Abaixo uma reflexão que fiz sobre serviços e servidores públicos, tenho descoberto e aprendido coisas interessantes aqui em Rio das Ostras.

Quem tem medo dos serviços e servidores públicos?

Uma coisa que não podemos deixar de considerar é que vivemos em uma sociedade organizada pelo capitalismo. Esse sistema econômico se sustenta na propriedade privada dos meios de produção. Um dos fins do sistema é obtenção do lucro a partir da exploração do homem sobre o homem. Esse modelo prima o privado em detrimento do público. E isso vale inclusive para as políticas sociais, e se materializa em educação privada, saúde privada entre outros.

Mas o que isso tem a ver com o serviço público?

Como o Estado, Município e a União não estão fora do sistema eles também participam do jogo, as gestões na sua organização e execução pode apontar o favorecimento de uma forma arcaica ( com estruturas e relações feudais; perseguições a intimidações com intenção de restringir a democracia) ou uma forma mais democrática (com debates públicos, ampla participação e ,principalmente, liberdade de organização, pois sem liberdade de organização não há participação independente e tampouco democracia) de gestão.

Uma maneira de identificar esses movimentos nas gestões é pensar a partir de como são prestados os serviços públicos e como são tratados os funcionários públicos. Se os serviços têm o acesso garantido, se são de qualidade. E quanto aos funcionários se são valorizados, bem-remunerados, têm planos de cargos, carreira e salários, se não há perseguições e têm ampla liberdade de se organizar.

Em tempos capitalistas um dos maiores temores dos trabalhadores é a demissão, que pode desestabilizar sua família. Nas empresas privadas não se adota a estabilidade, o tempo todo paira sobre a cabeça do trabalhador a demissão, que pode acontecer se a Bolsa de Tóquio desvalorizar e o patrão achar que vai diminuir a taxa de lucro. O patrão pode fazer isso e o trabalhador não tem nem direito de questionar a decisão e se defender. Afinal aquele espaço é privado e se pauta por interesses privados estranhos àquele trabalhador.

Os serviços públicos servem, ou deveriam servir, ao interesse público, e a manifestação desse interesse público deveria vir dos espaços democráticos de participação do povo, como os conselhos. Por se tratar de um espaço público a única forma de ingresso no serviço público é através de concursos públicos que se propõe a aferir se o candidato é apto e habilitado para desenvolvimento de certas atividades.

Em alguns lugares ainda se evita o concurso público e se divulga não ser esta a melhor forma de contratação. Defendem contratos sem estabilidade. No Estado do Rio de Janeiro mesmo tem município que ficou dez anos sem concurso público. Outros já os realizam de tempos em tempos.

O problema do contrato é a pressão que o governante da situação exerce sobre esses funcionários, muitas vezes os intimidando com a ameaça do seu emprego. Ou então fazem grandes contratações em véspera de eleição, nesses casos os governantes esperam gratidão do povo na forma de voto. Esse clientelismo arcaico, embora tenha diminuído um pouco, ainda vigora forte. E é nesse movimento que pequenos grupos vão ganhando e lucrando com o erário público, pois conseguem se manter por muito tempo no poder.

Quando governantes passam a se comportar assim começam a gerir com interesses privados. Por isso precisam arrochar os servidores públicos, pois esses no exercício de seu trabalho podem e devem se voltar contra esses interesses. Servidor público estável não deve favor a nenhum ocupante de cargo público e pode discordar, denunciar e apresentar propostas diferenciadas.

Investir no serviço e no servidor público é fortalecer a prestação de serviços do município, é oferecer saúde de qualidade, transporte de qualidade e educação de qualidade. Afinal, quem teme um transporte público de qualidade, senão os donos das empresas de ônibus. Quem teme uma saúde pública de qualidade, senão os donos dos hospitais e planos privados de saúde. Quem tem medo de uma educação pública de qualidade senão os donos das Escolas e Universidades privadas.

Que tipo de governante pode temer, sentir-se refém, dos servidores públicos. Senão aqueles comprometidos com interesses privados. E que na maioria das vezes tem suas campanhas financiadas pelos donos das empresas de ônibus, pelos planos de saúde e empresários do ramo da educação. É nesse circulo vicioso que a sociedade vem se perdendo, romper essa dinâmica é necessário para a melhora da qualidade dos serviços prestados à população.

O fato de ser assim há muito tempo não quer dizer que não possa ser mudado. Se os servidores querem liberdade para trabalhar, apresentar suas opiniões, devem se organizar e enfrentar as barreiras. Para fechar, só uma coisa, na década de 1980 nas mobilizações sociais que culminaram na conquista da Carta de 1988 os servidores públicos foram importantes protagonistas.

O sistema capitalista foi uma invenção dos homens, logo também pode ser destruído pelos homens. Construir uma nação justa, socialista, é possível e necessário.

Matheus Thomaz
Assistente Social e Servidor Público


terça-feira, 20 de outubro de 2009

CIDADANIA E FISCALIZAÇÃO

Texto escrito por um servidor público do município de Rio das Ostras. Somente para localizar, a cidade realizou um concurso público a mais de 01 ano e até agora nada, nem ao menos foi homologado. Há hoje uma discussão na cidade sobre a necessidade ou não do servidor concursado.

Para o crescimento da cidade é importante que tenha serviços públicos de qualidade, mas para isso é fundamental a valorização e a realização de concursos públicos. Muitas vezes os contratos são forma de se consolidar eleitoralmente sob a base de um fisiologismo que trata o serviço como favor e torna o trabalhador réfem dos dissabores dos mandatários públicos.

O artigo versa sobre a fiscalização pública e aponta que uma fiscalização que seja feita em prol do bem público deve ser realizada por servidores concursados.

CIDADANIA E FISCALIZAÇÃO

Desde que nos pusemos a caminhar eretos e abandonamos o escuro das cavernas estamos tentando encontrar soluções para os conflitos inevitáveis, frutos da inexorável convivência social. E as encontramos, parcialmente, soluções limitadas no tempo e no espaço, próprias para cada povo e cada época. Se por um lado a civilização é sinal de progresso, é também nela que percebemos o caos e a desordem.

É evidente que se tivéssemos alcançado o nível pleno de nosso potencial de perfectibilidade, já teríamos dominado a arte de nos conduzir com ética e responsabilidade, tornando dispensável toda e qualquer forma de controle social. Mas cá estamos nós! Ainda engatinhando nas lições do aprendizado social, moral e espiritual, quando paradoxalmente já somos capazes de alçar voos estratosféricos através de magníficas conquistas nos campos da ciência e tecnologia.

E na luta inglória de tentar equilibrar os interesses individuais e coletivos ainda necessitamos, a bem de nós mesmos, utilizar medidas coercitivas (males necessários) que mantenham, ainda que de forma tênue, a frágil estabilidade do *contrato social*. Dentre esses males necessários, está a atividade de FISCALIZAÇÃO, decorrente do poder de polícia do *Leviatã * moderno, social e democrata, mas não menos voraz.

Fiscalizar é necessário, diria mais, é fundamental. Principalmente num município que até bem pouco tempo era uma vila de pescadores, terceiro distrito de uma cidade do interior, e agora, município *capa de revista*, é o novo *El Dourado* dos tempos modernos, com uma população aumentando numa velocidade alarmante, já somando perto de cem mil (100.000) habitantes e contabilizando todos os números e estatísticas decorrentes desse crescimento descontrolado.

O município conta hoje com um reduzido quadro de aproximadamente cinquenta (50) fiscais mal aparelhados e sem infraestrutura adequada, dos quais sessenta por cento (60%) na vigilância sanitária e os demais divididos entre meio ambiente, tributos, transportes, obras e posturas. mUa equipe de fiscalização para funcionar bem precisa ser estimulada de forma adequada através de capacitação, oferta de condições de trabalho e de remuneração compatível. O servidor fiscal precisa sentir-se seguro para exercer sua atividade com a autonomia que a função lhe exige. Em tempos de crise, *e sempre é tempo de crise,* a retirada de conquistas adquiridas e o consequente achatamento de salários não pode e não deve ser encarada como uma solução. Se é necessário *cortar gastos* por causa da tal crise, que se corte onde verdadeiramente está a gordura e não onde já está somente pele e osso.**

Em tempos de crise o melhor é fiscalizar. Fiscalizar evita desperdício do dinheiro público. Fiscalizar melhora a arrecadação combatendo a sonegação de tributos. Fiscalizar evita o crescimento desordenado, as invasões e obras clandestinas. Fiscalizar evita a ocupação irregular de áreas públicas. Fiscalizar evita degradação ambiental. Fiscalizar inibe a prática de atividades comerciais e industriais lesivas à saúde da população. Fiscalizar melhora a segurança pública. Fiscalizar é essencial para evitar que o município seja assolado e solapado por pessoas inescrupulosas que só visam interesse pessoal e não tem nenhum compromisso com a cidade. Fiscalizar * EVITA,* e evitar é sempre mais barato do que consertar, corrigir, desfazer. Fiscalizar protege acima de tudo os interesses da sociedade.

O cidadão consciente não reclama da fiscalização, ao contrário, fica satisfeito em saber que ela existe e que funciona. E se não funciona, ou quando não funciona, ele reclama e exige do poder público que cumpra com o seu dever de manter uma fiscalização forte, ativa e eficiente.

Um município com uma fiscalização fraca é um município entregue ao caos e ao descontrole. Se queremos um lugar melhor para viver e criar nossos filhos, temos que lutar por políticas que assegurem um crescimento sustentável e tolerável para nossa cidade e exigir que sejam priorizadas as políticas de controle e fiscalização, garantindo a autonomia e independência dos fiscais, servidores concursados e comprometidos com a ética e com a legalidade.

Valcir Gonçalves,
Ex-funcionário do Banco do Brasil (demitido a pedido!)
Servidor Público Municipal (com muito orgulho!)
Fiscal de Obras e Posturas
Chefe de Divisão (Fiscalização de Obras)
Bacharel em Direito

domingo, 18 de outubro de 2009

Cassado Prefeito de Rio das Ostras

Cassado Prefeito de Rio das Ostras
Dia 13/10 o TRE-RJ cassou, pela segunda vez, o prefeito de Rio das Ostras. O motivo: novamente o favorecimento de algum veiculo de comunicação.

O mais interessante é que a população, o grosso da massa, não faz muita idéia do isso significa, ou pelo menos, poderia significar. Aqui, quando o assunto é política local, tudo é muito dissimulado... as pessoas falam baixo e olhando para os lados. Talvez acreditem que ainda vivam ou na ditadura ou em algum feudo do século XVIII.

Quanto aos meios de comunicação locais, não vejo nada demais em ter posicionamento ( a VEJA tem, A Folha de São Paulo tem, o Globo tem). Não existe neutralidade, nenhum veículo é neutro. E dessa forma sempre apresentam uma visão de mundo. Mas publicar só realises da Secretaria de Comunicação...

Enfim, por enquanto a cidade continua com o Prefeito Diplomado, pelo menos até o julgamento do TSE. De qualquer forma segue abaixo a íntegra da nota do TRE-RJ.


TRE-RJ cassa diploma de prefeito de Rio das Ostras

O prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Carvalho Balthazar, e seu vice, Benedito Wilton de Morais, tiveram seus diplomas cassados pelo colegiado do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro nesta terça-feira (13). A decisão, que ocorreu por maioria de votos, foi resultado de mais um processo impetrado no tribunal contra o prefeito, por uso indevido de meio de comunicação social. A denúncia aponta a veiculação de propaganda institucional por locutores da Rádio Energia no horário da propaganda eleitoral gratuita. Para o Plenário do TRE-RJ, ficou configurada a potencialidade do ato como fator de influência no resultado do pleito. Mas a sentença só entra em vigor quando forem julgados todos os recursos do prefeito junto à Justiça Eleitoral.
Carlos Balthazar já tinha sido cassado pelo TRE-RJ em junho, sob a acusação de abuso de poder econômico e político, por utilização de mídia impressa para veiculação de matérias consideradas pelo colegiado de “nítido caráter panfletário”, além de conter ataques a candidatos da oposição. O prefeito recorreu da decisão. O recurso foi julgado em agosto, quando o colegiado, por maioria, deu sentença favorável ao prefeito, mantendo-o no cargo.

Fonte: http://www.tre-rj.gov.br/

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Os três Brasis

Interessante reflexão escrita por Plínio de Arruda Sampaio para o Correio da Cidadania

Os três Brasis

Os problemas desse Brasil fraturado não são apenas a carência material dos mais pobres e o sofrimento que tal carência carreta, mas a impossibilidade de coesão social.

A dificuldade maior para entender este nosso país é que não há um Brasil: o Brasil é três.

Há o Brasil de 50 milhões de pessoas, com uma renda per capita comparável à dos países europeus de nível médio. Este país é dono de 323 milhões de hectares de terras aráveis, detentor das maiores reservas de água potável do planeta; de enormes reservas de gás combustível e de petróleo; da quarta província mineral e do décimo parque industrial do mundo. Para explorar essa riqueza, dispõe de uma força de trabalho versátil, disciplinada e dócil. A parte superior desse contingente populacional (o 1% de brasileiros, 2 milhões de pessoas) tem uma renda mensal de 20.000 dólares, que declina gradualmente até patamares de 1.500, 2000 dólares mensais – um conjunto de 50 milhões de gente endinheirada.

Este Brasil vai muito bem, obrigado. Se melhorar, piora.

O Brasil nº. 2 tem cerca de uns 120 milhões de pessoas e uma boa parte desse total não vai indo de todo mal. Ou melhor: não percebe que está recebendo uma educação insuficiente, cuidados de saúde precários, aposentadorias aviltadas, e que, amanhã, vai pagar tudo isso. Mas, hoje, o gasto que faz com o dinheiro que está recebendo é suficiente para ajudar a diminuir o impacto da crise econômica em nosso país.

O problema grave dessa porção majoritária da Nação é a alienação, no que esta tem de empobrecimento intelectual e de corrosão do caráter. O pavor de ser rebaixado ao andar térreo impede que esse enorme contingente populacional se solidarize com os marginalizados do consumo e da cidadania. Por isso, esse enorme contingente populacional constitui uma força conservadora e, em algumas situações, até mesmo reacionária.

O Brasil nº. 3 é onde uns 60 milhões de brasileiras e brasileiros amargam uma vida de frustrações e de miséria.

Este Brasil vai de mal a pior. Porém, não se dá muito conta disso, porque está recebendo um subsídio mensal do governo e, com essa quantia, engana a fome.

Uma das seqüelas perversas da sua pobreza é a cadeia de corrupção a que ela dá origem: começa quando o narcotráfico contrata o menino para fazer entrega de droga e culmina nos mais altos estratos da pirâmide social e nos escalões superiores do Estado.

Os problemas desse Brasil fraturado não são apenas a carência material dos mais pobres e o sofrimento que tal carência carreta, mas a impossibilidade de coesão social, sem a qual nenhum aglomerado humano consegue superar a barbárie e transformar-se em uma Nação civilizada.

Portanto, quem nasceu no Brasil nº. 1 carrega consigo um problema moral: a difícil opção entre o desfrutar irresponsável do seu status financeiro e social, e o arriscar carreira, status e até mais, a fim de construir com os outros dois Brasis uma Nação, autônoma, justa, solidária, capaz de partilhar da luta por uma Humanidade livre da dominação capitalista.

Dessa opção depende o valor moral de cada um dos milhões que vivem bem.

http://www.correiocidadania.com.br/content/view/3800/9/

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nota da APAFUNK sobre o Ocorrido na Cidade de Deus

Diante das notícias relacionadas ao espancamento de policiais militares armados e à paisana na Cidade de Deus, a APAFUNK (Associação dos Profissionais e Amigos do Funk) esclarece:

1) Ao contrário das informações divulgadas por setores da imprensa, o episódio de violência envolvendo os policiais não ocorreu dentro do baile funk;

2) O fato ocorreu a mais de um quilômetro de distância do local do baile;

3) Os organizadores do baile, realizado dentro das regras estabelecidas pelo poder público, só tomaram conhecimento do caso posteriormente, pelas notícias veiculadas pela imprensa.

Sendo assim, a APAFUNK repudia mais essa tentativa de criminalizar o movimento funk. A associação lembra, ainda, que a Lei Estadual 5543, aprovada em 1º de setembro de 2009, reconhece o Funk como movimento cultural e pedagógico.

MC Leonardo,
Presidente da APAFUNK.

http://apafunk.blogspot.com/

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Será uma revolução?


Desde ontem se encontra na embaixada brasileira em Honduras o presidente deposto Manoel Zelaia. Mais de quatro décadas depois a história se repete na America Latina, um golpe militar tenta impedir que o povo avance em seus direitos.

Mas agora a história pode ser outra, mesmo sem armas, o povo Hondurenho vem resistindo por mais de 80 dias. E com a volta do Presidente pode-se ter um desfecho revulocionário... As palavras de ordem do povo pedem uma nova constituição e a recondução do Presidente ao poder.

Assim podemos ter mais uma nação latino-americana caminhado para o socialismo... e Honduras pode se juntar a Bolívia, Equador, Venezuela e Cuba... aos poucos o continente vai ser pintado de vermelho... como sangue daqueles que deram a vida pela causa e pelo sangue dos que irão viver em uma sociedade justa, igualitária e socialista.

Abaixo um texto retirado do CMI (Centro de Midia Independente) Honduras. É um relato da chegada e aparecimento do presidente na Embaixada Brasileira.

Hoy todo dejaba suponer que iba a ser un "normal" dia en la larga resistencia que el pueblo hondureño lleva conduciendo incansablemente por los pasado 85 dias. Un dia con marchas y mitines para rechazar a l@s golpistas. No mucho pensaban de hecho que este iba a ser un dia historico para Honduras. En el Istituto Normal Secundario Vicente Caceres, todo se estaba alistando para empezar este dia 86 de resistencia popular contra el golpe de estado con una rueda de prensa. Esta rueda de prensa sin embargo nunca empezò, porque istantes antes, un representante de la coordinaciòn del Frente Popular contra el golpe de Estado anunciò que si, habia llegado Mel... A decir, el presidente Zelaya, estaba en Honduras, y precisamente a la casas de las Naciones Unidas!! La gente entonces rapido se organizò para marchar junto hacia dicha destinaciòn. En breve miles de personas habian rodeado la casa de la ONU en el centro de Tegucigalpa.

Hubo momentos de tension quando dos columnas de policias ententaròn flanquear l@s manifestantes. La gente esta ves no quiso soportar esta enesima provocaciòn, y juntos corrieron a los todo pelotones de policias, que tuvieron que retacharse rapido. EN el mientra filtro la noticia que el presidente Zelaya no se encontraba en la casa de la ONU, sino que a una cuadras, precisamente en la embajada de Brazil. Y en poco meno de una hora, la gente que ya numerosisima estaba a las afuera de la Naciones Unidas, se habia multiplicado. De repente desde la teraza de la embajada apareciò este hombre con su tipico sombrero vaquero que siempre lo acompaña. La fiesta empezò y durò toda la tarde para celebrar la llegada del presidente legitimo.

Habia una atmosfera mixta entre alegria y incredulidad, pero con el pasar de la horas, la segunda dejò completamente el paso a la primera, mientras se iban confirmando las noticias de centenares de autobuses que vienen ya de camino desde todas partes del pais. En toda respuesta, el gobierno de facto, ha anunciado el toque de queda desde las 4 de la tarde hasta mañana a las 7, y luego con una segunda cadena nacional, ha anunciado que el toque de queda basicamente se ha convertido en estado de sitio, a decir permanente. Han cortado la luz en la mayoria de los barrios del centro de Tegucigalpa y puesto retenes militares a las entradas de la ciudad.

El Frente Nacional de resistencia Popular contra el golpe de Estado, por su parte a hecho un llamado al paro nacional indefinido, al cual han participaran la gran mayoria de los sindicados.
En estos istantes, miles y miles de personas se han quedado a vigilar a las afuera y en las calles alrededor de la embajada, de brazil, encendiendos fogatas y montando barricadas para impedir un eventual entento de desalojo por parte de l@s golpistas.
Mañana es espera que mas de un miliòn de gente estarè congregandose cerqa de la embajada para escortar el presidente hasta la casa
presidencial.


La primera gran victoria del Frente ha sido lograda, aùn como dicen por ahì, eso apena empieza... Falta ahora lograr restablecer el orden costitucional y entonces establecer una nueva asamblea Nacional Costituyente.

Retirado de http://chiapas.indymedia.org/article_168956
As fotos também são da mesma fonte.

domingo, 20 de setembro de 2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

CineClube Ai, que Absurdo


Neste Sábado às 19h na República dos Camarões haverá uma sessão cineclubista do Grupo Ai que Absurdo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Analfabeto Político

Pra fechar a semana...



O Analfabeto Político
Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Noite no Mangue

Evento da mais alta formosura em Rio das Ostras...

Funk como cultura



Por iniciativa popular, de manifestações, mobilizações e pressões, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, ontem dia 01/09/09, derrubou a lei que proibia baile funk nas comunidades cariocas. E ainda aprovou resolução que eleva ao funk status de cultura popular.



Parabéns a Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFunk) que esteve a frente das mobilizações e parabéns ao Dep. Estadual Marcelo Freixo (PSOL) por levar a questão para a ALERJ e torna-lá vitoriosa.



Que esses jovens funkeiros mudem a imagem construída nos últimos tempos de apologia ao crime, banalização da mulher. Que retomem às letras que tratavam a realidade do dia-a-dia da favela, suas dificuldades e suas aspirações.



Que se acabe com a criminalização da pobreza, onde só o fato de nascer da favela já faz do cidadão um criminoso em potencial... para que outros Silvas, que a estrela não brilha, possam continuar a serem pais de famílias, vivos, livres para que sejam felizes e possam andar tranquilamente nas favelas em que nasceram.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pare, Olhe e pense!

Assistam Ilhas das Flores.

Sinopse: Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho.



Ainda em fase de experiência a reprodução de curta-metragens direto do acervo do http://www.portacurtas.com.br

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quadros, quadrinhos e quadrados


Uma charge do Angeli que, infelizmente, reflete uma maneira de pensar do senso comum. Talvez por isso os que produzem o senso comum (principais redes de tv) não estejam preocupados em acabar com a corrupção.

A opinião pública, como eles mesmos se proclamam, é seletiva com os corruptos. Ataca aos que lhe interessa e em outros casos fecha os olhos.

Para atingir a corrupção é preciso atacar frontalmente o sistema, pois dele a corrupção é parte. Não diria só parte, quase o todo. Mas para derrubar o sistema é necessário revolução.

A revolução deve ser econômica, mas também é preciso revolucionar o próprio homem e sua existência. Não adianta expropriar, socializar, se na cabeça o homem continua a pensar que é preciso levar vantagem (lembremos dos porcos na Revolução dos Bichos “todos são iguais, mas uns mais iguais que os outros”).

Querer sempre (com a força de trabalho alheia) mais pra si, quando deveríamos produzir mais para nós. Será esse nosso erro?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Programa pro Feriado

Já sabe o que vai fazer no feriado? Sei, tá longe ainda... não sabe nem o que fará amanhã...

Mas vai um programa interessante. Visite Rio das Ostras, lá além de um visual deslumbrante. Com direito a Lua Cheia no feriado de 07 de Setembro.

A diversão começa no dia 04/09 com "Uma noite no Mangue", com a banda Vitrola Digital e Dj Jada.



E no Domingo a já famosa "Roda Rio de Choro" no Quiosque da D. Maria na praia do centro. Você verá o sol se por, lindo, ao som do legítimo chorinho brasileiro.

Uma questão de Saúde Pública

O texto abaixo faz um comentário sobre a decisão política da Argentina de descriminalizar o uso pessoal da maconha. Já é hora de esse tema deixar de ser um tabu debatido nas páginas policiais e passar para o encarte de saúde.

Não se trata aqui de incentivar o uso, mas de se discutir e não criminalizar. A proposta argentina avança quando estabelece o uso privado, foca no traficante e fará propaganda para desistimular o uso. Ainda fica uma contradição, como o usuário vai conseguir a cannabis se o comércio ainda é criminalizado, talvez no cultivo.


Argentina e México liberam maconha: exemplo para o Brasil?

Conforme já se previa desde a reunião da ONU em Viena, em março, quando o mundo constatou que a guerra às drogas fracassou, a evolução das políticas sobre o assunto na América Latina começou finalmente a migrar para uma postura mais flexível, que distingue o consumidor do traficante e procura distribuir gastos públicos não apenas em repressão, mas também em prevenção e redução de danos. Depois do México, onde o presidente Felipe Calderón sancionou, sexta-feira passada, a lei que descriminaliza o porte de pequenas quantidades de maconha, ecstasy e cocaína, entre outras, desta vez foi a Argentina que alterou seu norte sobre o tema. A Suprema Corte do país deu, nesta terça-feira, sua palavra final num processo que pedia a inconstitucionalidade da punição por porte de maconha para uso pessoal, o que na prática descriminalizou o uso da droga no país.

A decisão do tribunal foi considerar procedente a ação - impetrada pelos advogados de defesa de cinco jovens presos por porte de maconha em 2006, na cidade de Rosário - que pedia a inconstitucionalidade da prisão, baseando-se no artigo 19 da Constituição argentina, que garante a proteção da intimidade e da autonomia pessoal de todos os cidadãos do país.
As iniciativas argentina e mexicana, que repetem mudanças parecidas já implementadas pela Colômbia e em estudo pelo Equador, podem servir de exemplo para mudanças no Brasil também. Apesar de desde 2006 termos uma lei mais flexível que a média mundial, na prática o porte de maconha por aqui continua sendo crime (apesar de não passível de prisão), o que dá margem a muitos erros de interpretação da lei por parte dos agentes de segurança pública que a aplicam.

Até hoje, no Brasil, não se sabe ao certo o quê ou quem decide o que é porte e o que é tráfico num caso de apreensão de drogas. Nem quais as fronteiras entre um caso e outro. Pelo que reza a nossa lei, por exemplo, qualquer pessoa flagrada com maconha deve ser encaminhada à delegacia para averiguação da quantidade e tipificação do crime que cometeu (se porte ou tráfico). Essa situação, por si só, já gera uma carga tamanha de contrangimento ao usuário que o que menos se vê na prática é essa averiguação verdadeiramente se consumar na delegacia. Afinal, é muito mais simples, rápido, eficiente e indolor "acertar" a situação diretamente com o policial na rua. E assim seguimos na nossa rotina de extorsão e hipocrisia.

Para mudar essa situação, e também reforçar a idéia de que uso de droga é problema de saúde pública, e não de polícia, a recém-criada Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia (CBDD) pretende promover neste segundo semestre um lobby junto ao governo e ao Congresso para pressionar pela aprovação de um projeto de lei, de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT/SP), que evolui os termos da lei, descriminalizando de vez o porte de maconha e introduzindo outras inovações, como a descriminalização também do plantio da cannabis.

Que os exemplos da Argentina e do México sirvam de estímulo para novos ventos de mudança aqui no Brasil também.

Texto retirado do Blog sobredrogas do Jornal O Globo:

http://oglobo.globo.com/blogs/sobredrogas/posts/2009/08/25/argentina-mexico-liberam-maconha-exemplo-para-brasil-217278.asp

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Domingo é dia de Choro em Rio das Ostras


Mostra do Filme “Brasileirinho”

"A meio caminho entre o documentário musical e o filme-show, ele se sustenta
numa estrutura leve e solta que valoriza o chorinho como arte do encontro."


BZZZZZZZ BZZZZZZZZ BZZZZZZZZ

Algo como um zumbizar BZZZZZZZ
Durante duas semanas foram realizadas cinco oficinas e uma Mostra de Cinema Ambiental (Batizada de MosCA) de mais uma etapa do circuito Humano Mar de Oficinas. Essas oficinas fazem parte de um Projeto de Educação Ambiental do Campo de Polvo. São realizadas pela Abaéte Estudos Sócios Ambientais, como parte do processo de licenciamento ambiental fornecido pelo IBAMA à empresa de Petróleo Devon. A legislação brasileira coloca que devem ser realizados projetos de educação ambiental,como contrapartida para obtenção de licenças para exploração de petróleo. Assim Rio das Ostras se localiza sob a área de influência do Campo de Polvo. (sugiro uma visita ao http://www.humanomar.com.br )

O encontro que se deu em diversos locais diferentes (bar da Tia Cirene ou Parada Universitária, casa da Tati Tavares, UFF e por fim a Concha Acústica de Rio das Ostras). O que se discutiu foi uma forma de construir um monitoramento popular, através de um Observatório local e como isso pode se feito utilizando recursos audiovisuais. Daí aparece à idéia do Cineclube como uma opção real de denúncia, organização e intervenção nas questões referentes ao meio ambiente.
No fim foi construído uma MosCA de grande qualidade com filmes que traziam à reflexão temas como organização e solidariedade como ferramentas transformar a realidade. O tema da Mostra era “Nem só de petróleo viverá o homem”.

A MosCA

A realização da Mosca na Concha Acústica teve ares de ocupação cultural. Tivemos milhões de preocupações em não ter problemas legais, a organização se reportou às autoridades competentes e o evento contou com o apoio da Fundação Rio das Ostras de Cultura.
A única tarefa era realizar o evento. O equipamento cultural público escolhido foi a Concha acústica que fica na praia do Centro. A concha, que fica ociosa a maior parte do tempo, embora se pareça um lugar público de realizar eventos falta-lhe um pequeno detalhe técnico. Energia Elétrica.



Mas a mostra se realizou, o Observatório Local de Rio das Ostras conseguiu energia com o quiosque da Maria (figura aliás importante para os eventos culturais de seu quiosque vem a energia elétrica que alimenta os eventos). Ocuparam a Concha, suja, com pichações, escura, sem tomadas. Montaram os equipamentos e projetaram na parede da concha os filmes. E então, famílias que passeavam pelo sábado à noite na praia do centro se dirigiram à Mosca, por ali passaram em torno de 200 pessoas.





Aquela ocupação deu sentido àquela suntuosa concha (que mais parece uma ostra) e fica ali sempre apagada, ao léu. Eventos como esses provam que devemos ocupar, resistir e produzir eventos culturais. Abertos ao público, que entretenham e levem as pessoas a refletirem criticamente a sua existência.

O Curta Entrespera, do Observatório Humano Mar, foi um exemplo. A mostra se chamava “Nem só de petróleo viverá o homem” , as pessoas estavam ali na concha (nos lembremos de como se encontra a concha), e o filme mostra uma obra pública que deveria ficar pronta em dezembro de 2008 e serviria para melhorar a pesca. Essa a principal atividade atingida pela exploração do petróleo, que financia o Observatório, a mostra, e concerteza ajudou a construir a concha. Essa contradição induz a indagação: Por que as coisas são assim?

Mais Eventos

Assim esperamos que existam novas ocupações como foi a MosCA. Aquele sábado provou que podemos fazer cultura crítica utilizando equipamentos públicos e que o comparecimento do público mostrou que há demanda para realizações dessa natureza. E para lembrar, algumas moscas marcaram de se encontrar no domingo às 14h antes da roda rio de Choro, no quiosque da Maria (atrás da Concha) para organizarem novas mostras de filmes. Estou ouvindo um zombido...



quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Como endireitar um esquerdista

*Frei Beto

Ser de esquerda é, desde que essa classificação surgiu na Revolução Francesa, optar pelos pobres, indignar-se frente à exclusão social, inconformar-se com toda forma de injustiça ou, como dizia Bobbio, considerar aberração a desigualdade social.
Ser de direita é tolerar injustiças, considerar os imperativos do mercado acima dos direitos humanos, encarar a pobreza como nódoa incurável, julgar que existem pessoas e povos intrinsecamente superiores a outros.

Ser esquerdista – patologia diagnosticada por Lênin como “doença infantil do comunismo” – é ficar contra o poder burguês até fazer parte dele. O esquerdista é um fundamentalista em causa própria. Encarna todos os esquemas religiosos próprios dos fundamentalistas da fé. Enche a boca de dogmas e venera um líder. Se o líder espirra, ele aplaude; se chora, ele entristece; se muda de opinião, ele rapidinho analisa a conjuntura para tentar demonstrar que na atual correlação de forças...

O esquerdista adora as categorias acadêmicas da esquerda, mas iguala-se ao general Figueiredo num ponto: não suporta cheiro de povo. Para ele, povo é aquele substantivo abstrato que só lhe parece concreto na hora de cabalar votos. Então o esquerdista se acerca dos pobres, não preocupado com a situação deles, e sim com um único intuito: angariar votos para si e/ou sua corriola. Passadas as eleições, adeus trouxas, e até o próximo pleito!

Como o esquerdista não tem princípios, apenas interesses, nada mais fácil do que endireitá-lo. Dê-lhe um bom emprego. Não pode ser trabalho, isso que obriga o comum dos mortais a ganhar o pão com sangue, suor e lágrimas. Tem que ser um desses empregos que pagam bom salário e concedem mais direitos que exige deveres. Sobretudo se for no poder público. Pode ser também na iniciativa privada. O importante é que o esquerdista se sinta aquinhoado com um significativo aumento de sua renda pessoal.

Isso acontece quando ele é eleito ou nomeado para uma função pública ou assume cargo de chefia numa empresa particular. Imediatamente abaixa a guarda. Nem faz autocrítica. Simplesmente o cheiro do dinheiro, combinado com a função de poder, produz a imbatível alquimia capaz de virar a cabeça do mais retórico dos revolucionários.

Bom salário, função de chefia, mordomias, eis os ingredientes para inebriar o esquerdista em seu itinerário rumo à direita envergonhada – a que age como tal mas não se assume. Logo, o esquerdista muda de amizades e caprichos. Troca a cachaça pelo vinho importado, a cerveja pelo uísque escocês, o apartamento pelo condomínio fechado, as rodas de bar pelas recepções e festas suntuosas.

Se um companheiro dos velhos tempos o procura, ele despista, desconversa, delega o caso à secretária, e à boca pequena se queixa do “chato”. Agora todos os seus passos são movidos, com precisão cirúrgica, rumo à escalada do poder. Adora conviver com gente importante, empresários, ricaços, latifundiários. Delicia-se com seus agrados e presentes. Sua maior desgraça seria voltar ao que era, desprovido de afagos e salamaleques, cidadão comum em luta pela sobrevivência.

Adeus ideais, utopias, sonhos! Viva o pragmatismo, a política de resultados, a cooptação, as maracutaias operadas com esperteza (embora ocorram acidentes de percurso. Neste caso, o esquerdista conta com o pronto socorro de seus pares: o silêncio obsequioso, o faz de conta de que nada houve, hoje foi você, amanhã pode ser eu...).

Lembrei-me dessa caracterização porque, dias atrás, encontrei num evento um antigo companheiro de movimentos populares, cúmplice na luta contra a ditadura. Perguntou se eu ainda mexia com essa “gente da periferia”. E pontificou: “Que burrice a sua largar o governo. Lá você poderia fazer muito mais por esse povo”.

Tive vontade de rir diante daquele companheiro que, outrora, faria um Che Guevara sentir-se um pequeno-burguês, tamanho o seu aguerrido fervor revolucionário. Contive-me, para não ser indelicado com aquela figura ridícula, cabelos engomados, trajes finos, sapatos de calçar anjos. Apenas respondi: “Tornei-me reacionário, fiel aos meus antigos princípios. E prefiro correr o risco de errar com os pobres do que ter a pretensão de acertar sem eles”.


*Frei Betto é escritor, autor de Calendário do Poder (Rocco), entre outros livros.

Texto retirado da sitio da liderança do PSOL http://www.liderancapsol.org.br/






terça-feira, 18 de agosto de 2009

A pandemia de gripe suína..

Um doc. Argentino que apresenta uma outra versão sobre a pandemia de gripe suína.

http://www.youtube.com/watch?v=CcgCBiyGljM

sexta-feira, 31 de julho de 2009

*Efeito Colateral*

Antes de escrever sobre o quero escrever acho importante situá-los da atual situação política-criminal do território de onde falo. A Vila do João, onde moro, junto com mais cinco favelas era “dominada” pela facção criminosa A.D.A. (Amigos Dos Amigos). Essa facção mais as facções CV (Comando Vermelho) e TCP (Terceiro Comando Puro) e os Milicianos, são responsáveis pelo “domínio” territorial, político, econômico e social das dezesseis comunidades que compõem o bairro Maré. Essa é a composição da disputa geográfica dos grupos armados em confronto no bairro Maré.

Como podem imaginar, a relação entre essas facções se dá pelo confronto armado na disputa por ampliação do controle territorial. O que acontece hoje na Vila do João e as demais favelas que eram controladas pela facção ADA. É uma investida muito forte da facção rival TCP, que dominou 50% do território que antes era controlado pela facção ADA e, ainda tenta conquistar os outros 50%. A ADA por sua vez tenta assegurar o que lhe restou e tentar recuperar a parte que perdeu, sem muito sucesso, até o momento.

Esse é um pouco o cenário atual. Não é preciso lembrar que são grupos com armas de grosso calibre, sem nenhuma preparação e ávidos por vingança. Isso vai dar numa constante troca de tiros e investidas sucessivas por ambas facções. Desses confrontos quem mais sai prejudicado é o(a) morador(a). Somos nós as vítimas do chamado efeito colateral. Os relatos e depoimentos são os mais tristes, preocupantes e trágicos que se possa imaginar. Nunca antes, na minha história dentro da Maré tive tantas pessoas próximas vitimadas de alguma forma, pelos confrontos entre facções rivais ou entre facções e a polícia. Morreu um senhor morador da minha rua na quinta-feira passada porque foi obrigado a transportar traficantes em meio a uma imensa troca de tiros. A Kombi foi fuzilada pelos traficantes rivais e o senhor morreu. Meu vizinho teve a casa fuzilada e invadida porque traficantes invasores que pensaram terem visto inimigos na casa dele. Ele tem mulher e filha pequena e sua mãe mora na parte de cima da casa. Ontem fiquei perdido no meio de uma troca de tiros em meio a uma escuridão provocada por uma queda de energia e soube que um amigo tomou um tiro na perna. Meu irmão, “veterano de guerra” relembrou os tempos de palafita e teve que rastejar em casa para chegar aos interruptores e conseguir apagar as luzes da casa e assim evitar um possível pedido de guarida por algum traficante. Em outro caso, um amigo nosso teve a casa invadida por policiais e foi acordado com fuzil na cara. São inúmeros os casos. São muitos os óbitos. São vários os feridos fisicamente, socialmente e psicologicamente.

Pessoas inocentes, trabalhadores, pais de família, cidadãos. Pessoas que estão tendo arrancado de si a esperança de uma vida melhor. Que vivem o medo e o risco eminente de uma morte violenta e sem terem a quem pedir socorro.

Como exigir dessas pessoas um voto “consciente”? Como convencê-las de procurar os meios legais para reivindicar seus direitos se nem mesmo se veem como sujeitos corporificados de direito? Cadê o acesso aos instrumentos legais? Onde estão os tais Direitos Humanos, tão ventilados nos últimos tempos? É necessário urgentemente criar meios de acessibilidade a mecanismos que garantam direitos primordiais como o direito de ir e vir e, principalmente, o direito a vida. Sem a garantia de acesso a esses mecanismos fica muito difícil mudar a cultura do macaquinho que nada ver, nada sabe e nada ouve.

Nesses dias de luto e violência tem me levado a refletir mais sobre a favela. Por mais que a violência tenha crescido junto com as favelas, ela [a favela] sempre tentou manter o que mais tem valor: a alegria e a força do seu povo. Mas só isso não basta. Precisamos sair as ruas. Precisamos lutar por dignidade, por respeito, pela vida. Ultimamente só vejo medo nos olhos das pessoas. Nem mesmo o baile funk tão necessário para descarregar nossas angústias e depressões existe mais. Está proibido pela polícia. Chegaram a ponto de proibir sua execução em festa particular, é repressão demais. Tenho andando assustado, quase não paro na rua, não vejo meus amigos, me assusto com criança correndo, barulho de moto, gente gritando, com o silêncio. Quantos de nós passamos por problemas psicológicos? Quantos sabem disso? Assim tem sido nossos dias e noites. Do jeito que ta não da pé, do jeito que ta só a fé.

Francisco Marcelo - Morador da Vila do João e estudante de geografia da UFF

Texto retirado de Agência de Noticias das Favelas. www.anf.org.br




quinta-feira, 23 de julho de 2009

De volta a atividade!

Depois de um tempo sem postar, estou damasiadamente envolvido em atividades laborativas, voltei e tentarei ser regular.

Abaixo uma reflexão que escrevi.

Que tem feito a juventude?

Quando tentaram vender o petróleo brasileiro, lá na década de 50, eles estavam lá. Lutaram e bravamente inscreveram na história o insígnia “O Petróleo é nosso”.

Quando em 1964 golpearam a democracia no Brasil, eles resistiram. Sonharam com a utopia de um mundo sem desigualdade, livre. Deram a própria vida por seus ideais. Ocuparam as Universidades, foram tocados pelo conhecimento. Acreditaram que a rebeldia típica da juventude pode e deve ser o motor da construção do novo. Pegaram em armas.

Quando a sociedade foi às ruas em 1984 exigir eleições diretas, a juventude também o fez. Esteve lá como sempre impulsionando o movimento.

Quando em 1992 o jovem presidente “caçador de marajás” foi cassado, eles materializaram um sentimento nacional. Pintaram a cara, saíram às ruas. Voltaram a sonhar e derrubaram um presidente.

Assim a juventude brasileira existiu, lutou e transformou o país, na última metade do século passado. Neste momento que iniciamos um novo século o que tem feito e por onde tem andado a juventude?

Talvez bombardeada pela ideologia neoliberal durante os anos 1990, que estimulava a competição extremada, o individualismo e o egoísmo. Somando-se a isso a precarização das condições de vida, desemprego em massa, pauperização. Enfim, talvez a juventude tenha se alienado e se tornado rebelde sem causa.

Mas como um bom romântico, que acredita na humanidade, ainda vislumbro possibilidades neste início de século. Depois de ter dedicado muitos anos à militância, política e estudantil. O meu balanço é: Faria tudo novamente. Ainda acredito que outro mundo é possível. E também fui ao Fórum Social Mundial em Porto Alegre.

Mesmo assistindo a vulgarização da cultura através de um funk depreciativo e violento. Surge a iniciativa da APAFUNK no Rio de Janeiro, que resgata a música de raiz que canta sua realidade e que reflete enquanto dança e se diverte.

Mesmo quando a histórica União Nacional dos Estudantes, a UNE, muda suas prioridades e finge que não vê o Sarney, finge que o Lula não abraçou o Collor dois dias antes de ir ao congresso da entidade.

Mesmo que os estudantes em sua grande massa deixaram de se reunir para grandes assembléias e manifestações, mas ainda se reúnem em grandes megachopadas para beber até cair. Ainda existem os que lutam e resistem, e exemplos não faltam: a ocupação da USP e suas similares pelo Brasil. A ocupação da UnB que destronou o reitor corrupto.

A juventude no Brasil ainda tem capacidade de se movimentar e imprimir uma dinâmica na sociedade. Ela pode derrubar o símbolo do atraso. Enxotar Sarney do Senado e da vida pública é simbólico. Talvez seja o pontapé inicial de um novo momento da juventude e do movimento estudantil, sem esperar a UNE e tampouco a ANEL, que ainda carece de existir no mundo real.

Ao Kapital interessa que os jovens sejam idiotas, hiperssexualizados e bêbados. Enquanto que seus filhos se preparam para assumir a gerência do Estado. Sejamos nós conscientes!

Da juventude se espera mais uma vez o ímpeto, a disposição e o vigor na necessidade de lutar e voltar para ruas, se for o caso pintar novamente a cara (mas agora de vermelho...).

Que os jovens, saiam das periferias, das universidades, fechem as ruas e exerçam a forma que se fazem ouvidos! Chamem a atenção, queimem pneus! Organizados podem fazer qualquer coisa! Testem sua força exigindo Fora Sarney!

Matheus Thomaz
Assistente Social e ex-militante do movimento estudantil

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Poética

O poema de hoje é de Mário Benedetti, poeta e ensaísta uruguaio, falecido em maio último. Um escritor cujos romances e poemas refletem a idiossincrasia da classe média e um compromisso social forjado em anos de exílio.

POR QUE CANTAMOS

Si cada hora viene con su muerte

si el tiempo es una cueva de ladrones

los aires ya no son los buenos aires

la vida es nada más que un blanco móvil


Usted preguntará por qué cantamos?


si nuestros bravos quedan sin abrazo

la patria se nos muere de tristeza

y el corazón del hombre se hace añicos

antes aún que explote la vergüenza


Usted preguntará por qué cantamos?


si estamos lejos como un horizonte

si allá quedaron árbores y cielo

si cada noche es siempre alguna ausencia

y cada despertar un desencuentro


Usted preguntará por qué cantamos?


cantamos porque el río está sonando

y cuando suena el río / suena el río

cantamos porque el cruel no tiene nombre

y en cambio tiene nombre su destino


cantamos porque el grito no es bastante

y no es bastante el llanto ni la bronca

cantamos porque creemos en la gente

y porque venceremos la derrota


cantamos porque el sol nos reconoce

y porque el campo huele a primavera

y porque en este tallo, en aquel fruto

cada pregunta tiene su respuesta

cantamos porque llueve sobre el surco

y somos militantes de la vida

y porque no podemos ni queremos

dejar que la canción se haga ceniza


Mario Benedetti

domingo, 31 de maio de 2009

Domingo é dia de Choro em Rio das Ostras!

Hoje para homenagear a roda, contarei uma breve história sobre a origem do choro.

A história do Choro provavelmente começa em 1808, ano em que a Família Real portuguesa chegou ao Brasil. Em 1815 a cidade do Rio de Janeiro foi promulgada capital do `Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves´. Em seguida passou por uma reforma urbana e cultural, quando foram criados cargos públicos. Com a corte portuguesa vieram instrumentos de origem européia como o piano, clarinete, violão, saxofone, bandolim e cavaquinho e também músicas de dança de salão européias, como a valsa, quadrilha, mazurca, modinha, minueto, xote e principalmente a polca, que viraram moda nos bailes daquela época. Esta última foi apresentada ao público em Julho de 1845.

A reforma urbana, os instrumentos e as músicas estrangeiras, juntamente com a abolição do tráfico de escravos no Brasil em 1850, podem ser considerados uma “receita” para o surgimento do Choro, já que possibilitou a emergência de uma nova classe social, a classe média, composta por funcionários públicos, instrumentistas de bandas militares e pequenos comerciantes, geralmente de origem negra, nos subúrbios do Rio de Janeiro. Essas pessoas, sem muito compromisso, passaram a formar conjuntos para tocar de “ouvido” essas músicas, que juntamente com alguns ritmos africanos já enraizados na cultura brasileira, como o batuque e o lundu, passaram a ser tocadas de maneira a brasileirada pelos músicos que foram então batizados de chorões. (Fonte: Wikipedia)

Então, tod@s a Roda, lá no Quiosque da D. Maria (junto ao Pier) a partir das 17h. Com o grupo Só Pra Moer e Thais Macedo.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Lá no Taberna da Amendoeira...

Quarta-feira, 27 de Maio de 2009.

Em uma noite fria, sob a luz de uma Lua minguante, algo mágico aconteceu em Rio das Ostras. Mais precisamente no Taberna da Amendoeira!

Auspicioso!

Esse foi o adjetivo mais pronunciado na noite. Quer dizer que promete algo de bom. Não só promete como já acontece.

A apresentação, ou ensaio do Trio de Sax (que na verdade é um quarteto) contagiou os presentes com interpretações de Jazz, composições de Astor Piazzolla e pérolas do Blues. Na verdade nem era uma apresentação, mas um ensaio, o primeiro ensaio! Como disse um dos presentes “Um ensaio vigiado”.

O conjunto parece ainda não ter nome, pensaram em sax...alguma coisa, mas os músicos tem nome e sobrenome (além de talento sobrando...) no Sax Barítono Mr. Luiz Felipe de Oliveira, no Sax Alto Rodrigo Zago e no Sax Soprano Alexandre Bittencourt. Parabéns a vocês.

Por fim, foi juntando mais gente no ensaio e a coisa ficou grande e bonita, chegou o Cabelo com uma guitarra e o Gil com sua flauta. Apareceu uma percussão e o som rolou animado. Todo Taberna se rendeu à música.

Assim, façam mais ensaios como esse! Pedimos, pois talentos brilhantes como vocês não nascem em árvores.

Não existem intocáveis!


O ex-prefeito da cidade em que nasci foi preso nesta quarta-feira. A denúncia era de desvio de R$ 15 milhões de reais. Outro ex-prefeito, do município de Aperibé, é considerado foragido desde que a operação foi deflagrada.

Três vezes prefeito de Santo Antônio de Pádua, Luis Fernando Padilha Leite, o “Nando”, foi preso em casa por agentes da Polícia Federal por orientação do Ministério Público. O ex-prefeito tinha fama na cidade de ser “intocável”, que fazia e acontecia.

O município, um dos mais pobres do Estado do Rio de Janeiro, que sofreu com uma enchente que inundou grande parte da cidade no último ano. É bom lembrar um fato que agravou a fúria das águas. A construção de um Shopping, de propriedade do Ex-prefeito, no centro da cidade deixou mais estreito o curso do Rio Pomba, o que contribuiu para a tragédia. Essa obra foi autorizada pela prefeitura, durante a gestão de Nando.

Assim o Ministério Público e a Polícia Federal vão pegando grandes peixes da corrupção e do desvio do dinheiro público. A população também precisa fazer sua parte para que este tipo de gente não tenha poder e tampouco sejam eleitos.

sábado, 16 de maio de 2009

Domingo é dia de Roda de Choro em Rio das Ostras!

Novamente às 17h no quiosque da D. Maria, em Rio das Ostras, irá se reunir a Roda Rio de Choro e Samba.

Já está virando um ponto de encontro de uma moçada inteligente, bonita e afim de curtir uma música harmoniosa e afinada.

Então tá marcado, domingo é dia de choro e samba em Rio das Ostras!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

15 de Maio - Dia do Assistente Social


Hoje é dia de dar os parabéns aos milhares de colegas de profissão espalhados pelo país, e também àqueles que ainda estão na graduação e em breve se tornarão Assistentes Sociais!

Um pouco da profissão:

A intervenção profissional – no âmbito de políticas sócio-assistenciais, na esfera pública ou privada – leva em consideração relações de classe, gênero, etnia, aspirações sociais, políticas, religiosas, culturais, além de componentes de ordem afetiva e emocional. Desenvolve atividades na abordagem direta da população que procura as instituições e o trabalho do profissional (entrevistas, atendimento de plantão social, visita domiciliar, orientações, encaminhamentos, reuniões, trabalho com indivíduos, famílias, grupos, comunidades, ações de educação e organização popular etc), como atua na pesquisa, administração, planejamento, supervisão, consultoria e gestão de políticas, programas e projetos na área social

Alguns princípios fundamentais da Ética Profissional:

Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes;

Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;

Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia de direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras;

Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;

Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;

Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação exploração de classe, etnia e gênero;

Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores;

Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;

Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física.

Parabéns a todos nós profissionais que dedicamos nossa força de trabalho a enfrentar as mazelas causadas pela concentração de riqueza, pela falta de emprego, falta de reforma agrária, pelo acesso negado à educação e saúde públicas de qualidade. Esses problemas se materializam no dia-a-dia na miséria, violência, na população de rua, nas crianças abandonadas, na infância perdida, na violência contra a mulher. Ou como dizem os Assistentes Sociais essas são as multiplas determinações e expressões da Questão Social (nosso objeto de trabalho)!

Parabéns a tod@s Assistentes Sociais! Continuaremos a seguir a profissão por este caminho!

http://www.youtube.com/watch?v=kqzCJNaDEmw