sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Entre a Festa da Democracia e o Banquete dos Ratos

Nestes últimos dias os acontecimentos políticos flagrados em Brasília tem sido destaque na mídia nacional. Até o dia anterior à Operação Caixa de Pandora o governo do Demo Arruda era considerado exemplar por grande parte desta mídia. A população assistiu a cenas, que talvez já tivessem imaginado, mas nunca vista e tampouco transmitida em cadeia nacional no horário nobre da TV.

Assistimos a guardarem dinheiro em bolsos, meias e, de novo, na cueca. O governador recebe um maço de dinheiro, diz que não pode sair dali assim, põe na sacola e pede pro assessor guardar no carro. Bizarro mesmo é a “oração da propina”, agradecer a Deus pelo dinheiro ilícito. Foi se o tempo que as religiões tinham opção pelos pobres e sua Teologia era da Libertação, agora é tempo da Teologia da Prosperidade. Sim assistir um Pastor louvar a Deus agradecendo a propina sua de cada dia é demais até para mim um agnóstico.

Há 15 anos, com evidências menos explícitas, os jovens pintaram seus rostos e foram às ruas num lindo movimento que ficou conhecido como “Carapintada”. Os movimentos sociais não se dividiam quando lutavam contra o inimigo. Ainda era viva a ânsia de lutar por transformações vindas dos anos 1980.

Mas hoje, com a despolitização da política, a banalização da desonestidade e a corrupção da religião, a Festa da Democracia se tornou o Banquete dos Ratos. A população passa uma procuração para seus “representantes”, tanto do executivo quanto do legislativo, enriquecerem em seu nome.

Os esquemas são sempre financiados com o dinheiro público. Pois as empresas pagam aos políticos após conseguirem contratos milionários, quase sempre, sem licitação. Assim eles são eleitos em campanhas milionárias.

É preciso Reforma Política? Sim! Mas ainda é pouco, a população precisa compreender seu papel. Os cidadãos precisam ser sujeitos de sua própria história. Se o povo não participar dos acontecimentos que determinam sua vida econômica, social e cultural, ainda continuaremos a assistir o Banquete dos Ratos.

A Festa da Democracia não pode ser apenas mais um evento no calendário festivo do brasileiro. Ela deve realizar-se no dia a dia do cidadão. Mas ela deve ser de forma organizada e seus principais convidados devem ser os movimentos sociais.

O povo organizado dever adentrar as câmaras legislativas pelo país afora, ocupar os espaços políticas ali existentes. E caso tentem fechar as portas, que façam como os jovens, sempre eles, em Brasília. Passem por cima! Não é preciso convite para entrar na Casa do Povo. E dali expulsem essa escória política, a começar pelo Arruda.

Matheus Thomaz

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