sexta-feira, 21 de agosto de 2009

BZZZZZZZ BZZZZZZZZ BZZZZZZZZ

Algo como um zumbizar BZZZZZZZ
Durante duas semanas foram realizadas cinco oficinas e uma Mostra de Cinema Ambiental (Batizada de MosCA) de mais uma etapa do circuito Humano Mar de Oficinas. Essas oficinas fazem parte de um Projeto de Educação Ambiental do Campo de Polvo. São realizadas pela Abaéte Estudos Sócios Ambientais, como parte do processo de licenciamento ambiental fornecido pelo IBAMA à empresa de Petróleo Devon. A legislação brasileira coloca que devem ser realizados projetos de educação ambiental,como contrapartida para obtenção de licenças para exploração de petróleo. Assim Rio das Ostras se localiza sob a área de influência do Campo de Polvo. (sugiro uma visita ao http://www.humanomar.com.br )

O encontro que se deu em diversos locais diferentes (bar da Tia Cirene ou Parada Universitária, casa da Tati Tavares, UFF e por fim a Concha Acústica de Rio das Ostras). O que se discutiu foi uma forma de construir um monitoramento popular, através de um Observatório local e como isso pode se feito utilizando recursos audiovisuais. Daí aparece à idéia do Cineclube como uma opção real de denúncia, organização e intervenção nas questões referentes ao meio ambiente.
No fim foi construído uma MosCA de grande qualidade com filmes que traziam à reflexão temas como organização e solidariedade como ferramentas transformar a realidade. O tema da Mostra era “Nem só de petróleo viverá o homem”.

A MosCA

A realização da Mosca na Concha Acústica teve ares de ocupação cultural. Tivemos milhões de preocupações em não ter problemas legais, a organização se reportou às autoridades competentes e o evento contou com o apoio da Fundação Rio das Ostras de Cultura.
A única tarefa era realizar o evento. O equipamento cultural público escolhido foi a Concha acústica que fica na praia do Centro. A concha, que fica ociosa a maior parte do tempo, embora se pareça um lugar público de realizar eventos falta-lhe um pequeno detalhe técnico. Energia Elétrica.



Mas a mostra se realizou, o Observatório Local de Rio das Ostras conseguiu energia com o quiosque da Maria (figura aliás importante para os eventos culturais de seu quiosque vem a energia elétrica que alimenta os eventos). Ocuparam a Concha, suja, com pichações, escura, sem tomadas. Montaram os equipamentos e projetaram na parede da concha os filmes. E então, famílias que passeavam pelo sábado à noite na praia do centro se dirigiram à Mosca, por ali passaram em torno de 200 pessoas.





Aquela ocupação deu sentido àquela suntuosa concha (que mais parece uma ostra) e fica ali sempre apagada, ao léu. Eventos como esses provam que devemos ocupar, resistir e produzir eventos culturais. Abertos ao público, que entretenham e levem as pessoas a refletirem criticamente a sua existência.

O Curta Entrespera, do Observatório Humano Mar, foi um exemplo. A mostra se chamava “Nem só de petróleo viverá o homem” , as pessoas estavam ali na concha (nos lembremos de como se encontra a concha), e o filme mostra uma obra pública que deveria ficar pronta em dezembro de 2008 e serviria para melhorar a pesca. Essa a principal atividade atingida pela exploração do petróleo, que financia o Observatório, a mostra, e concerteza ajudou a construir a concha. Essa contradição induz a indagação: Por que as coisas são assim?

Mais Eventos

Assim esperamos que existam novas ocupações como foi a MosCA. Aquele sábado provou que podemos fazer cultura crítica utilizando equipamentos públicos e que o comparecimento do público mostrou que há demanda para realizações dessa natureza. E para lembrar, algumas moscas marcaram de se encontrar no domingo às 14h antes da roda rio de Choro, no quiosque da Maria (atrás da Concha) para organizarem novas mostras de filmes. Estou ouvindo um zombido...



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