sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Plante uma árvore

Esta semana a grande imprensa noticiou a prisão de um grande traficante na zona norte do Rio de Janeiro. Com ele não havia nenhuma arma, nenhum dinheiro, nenhum recibo, mas dez pés de cannabis sativa, a popular maconha.

Esse jovem foi exposto, humilhado, mais uma vítima da criminalização da pobreza. Por se fosse no jardim botânico ou em São conrado, nós nem saberíamos. É que lá coisas assim não acontecem. Quantas vezes você já ouviu a imprensa escrachar a bandidagem de alta classe que a Polícia Federal e o Ministério Público têm prendido, lembra de quantos políticos corruptos escrachados?



A que absurdo pode chegar a ignorância humana, tentar impedir que se plante um árvore, impedir que a semente cumpra sua função de germinar. A violência é alimentada pela estupidez. O jovem preso em seu depoimento disse ser contra o tráfico.

Será que as autoridades competentes farão uma reflexão, que se autorizado o plantio para consumo próprio da cannabis sativa isso pode enfraquecer o tráfico de drogas.

Parabéns ao povo da Marcha da Maconha, do Growroom e do Hempadão pelo ativismo e solidariedade. Será que não existem mais pessoas nestas condições presas por plantar e acusadas de traficantes.?

Vejam abaixo uma matéria que não verão na televisão.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Seminário "Os Partidos Políticos e a Saúde"

Nestes tempos de despolitização da política e de banalização dos partidos,uma excelente oportunidade para ouvir se os partidos tem programa para a Saúde.

Ano que vem tem eleição para governador e presidente, será que os partidos tem propostas para a saúde? Será que algum partido ainda reivindica a Reforma Sanitária?

Apareça e tire suas próprias conclusões.


Curta interessante sobre política e relaxamento

De Daniel Rezende com Wagner Moura

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Poética - Drummond

A Flor e A Náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cizenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre

fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que triste são as coisas, consideradas em ênfase.

Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam pra casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A reação do Arruda Ladrão

Como crescem as manifestações pelo impeachement do Governador Ladrão do DF Arruda, cuja legenda se chama Democratas (os Demos)na mais fina ironia da política brasileira, resolveram apelar pro método que usavam quanda ainda se chamavam ARENA.

A polícia militar cumpriu seu papel lamentável de defender o poder em detrimento da população. Vai tentar garantir que o governador permaneça e possa celebrar seu Natal com os panetones pago pelo povo.

Enfim, acredito que é possível derrotar o governador ladrão. As manifestações devem crescer mais e mais... Essa vitória em Brasília é fundamental, precisa servir de exemplo para toda a população de que é possível lutar contra os poderes e vencer. Assim, talvez, a população repita a dose em outros estados e tantos municipios pelo país afora. Precisamos acabar com o banquete dos ratos!

Segue uma charge e um link para um vídeo que mostra o comandante da operação Coronel Silva Filho atacando um manifestante e em seguida jogando bomba e balas de borracha no cinegrafista que gravava sua atuação.



http://vimeo.com/8087713

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A oração da Propina

Cenas lastimáveis da corrupção da fé.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Entre a Festa da Democracia e o Banquete dos Ratos

Nestes últimos dias os acontecimentos políticos flagrados em Brasília tem sido destaque na mídia nacional. Até o dia anterior à Operação Caixa de Pandora o governo do Demo Arruda era considerado exemplar por grande parte desta mídia. A população assistiu a cenas, que talvez já tivessem imaginado, mas nunca vista e tampouco transmitida em cadeia nacional no horário nobre da TV.

Assistimos a guardarem dinheiro em bolsos, meias e, de novo, na cueca. O governador recebe um maço de dinheiro, diz que não pode sair dali assim, põe na sacola e pede pro assessor guardar no carro. Bizarro mesmo é a “oração da propina”, agradecer a Deus pelo dinheiro ilícito. Foi se o tempo que as religiões tinham opção pelos pobres e sua Teologia era da Libertação, agora é tempo da Teologia da Prosperidade. Sim assistir um Pastor louvar a Deus agradecendo a propina sua de cada dia é demais até para mim um agnóstico.

Há 15 anos, com evidências menos explícitas, os jovens pintaram seus rostos e foram às ruas num lindo movimento que ficou conhecido como “Carapintada”. Os movimentos sociais não se dividiam quando lutavam contra o inimigo. Ainda era viva a ânsia de lutar por transformações vindas dos anos 1980.

Mas hoje, com a despolitização da política, a banalização da desonestidade e a corrupção da religião, a Festa da Democracia se tornou o Banquete dos Ratos. A população passa uma procuração para seus “representantes”, tanto do executivo quanto do legislativo, enriquecerem em seu nome.

Os esquemas são sempre financiados com o dinheiro público. Pois as empresas pagam aos políticos após conseguirem contratos milionários, quase sempre, sem licitação. Assim eles são eleitos em campanhas milionárias.

É preciso Reforma Política? Sim! Mas ainda é pouco, a população precisa compreender seu papel. Os cidadãos precisam ser sujeitos de sua própria história. Se o povo não participar dos acontecimentos que determinam sua vida econômica, social e cultural, ainda continuaremos a assistir o Banquete dos Ratos.

A Festa da Democracia não pode ser apenas mais um evento no calendário festivo do brasileiro. Ela deve realizar-se no dia a dia do cidadão. Mas ela deve ser de forma organizada e seus principais convidados devem ser os movimentos sociais.

O povo organizado dever adentrar as câmaras legislativas pelo país afora, ocupar os espaços políticas ali existentes. E caso tentem fechar as portas, que façam como os jovens, sempre eles, em Brasília. Passem por cima! Não é preciso convite para entrar na Casa do Povo. E dali expulsem essa escória política, a começar pelo Arruda.

Matheus Thomaz

Ocupação da Câmara Legislativa de Brasília

Observem as cenas abaixo, jovens ocupando a Camara Legislativa de Brasília e gritando fora Arruda. Os deputados distritais ficaram receosos e se trancaram em seus gabinetes... Na hora de encarar o povo, fogem.

É preciso, em cada cidadezinha do país afora, estimular atos como esse. Os representantes precisam entender, nem que seja na marra, que os mandatos não são deles... mas do povo.

quanto tiverem vergonha, ou medo, de sair às ruas é sinal que o povo está reestabelecendo a ordem das coisas.