segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pare, Olhe e pense!

Assistam Ilhas das Flores.

Sinopse: Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho.



Ainda em fase de experiência a reprodução de curta-metragens direto do acervo do http://www.portacurtas.com.br

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quadros, quadrinhos e quadrados


Uma charge do Angeli que, infelizmente, reflete uma maneira de pensar do senso comum. Talvez por isso os que produzem o senso comum (principais redes de tv) não estejam preocupados em acabar com a corrupção.

A opinião pública, como eles mesmos se proclamam, é seletiva com os corruptos. Ataca aos que lhe interessa e em outros casos fecha os olhos.

Para atingir a corrupção é preciso atacar frontalmente o sistema, pois dele a corrupção é parte. Não diria só parte, quase o todo. Mas para derrubar o sistema é necessário revolução.

A revolução deve ser econômica, mas também é preciso revolucionar o próprio homem e sua existência. Não adianta expropriar, socializar, se na cabeça o homem continua a pensar que é preciso levar vantagem (lembremos dos porcos na Revolução dos Bichos “todos são iguais, mas uns mais iguais que os outros”).

Querer sempre (com a força de trabalho alheia) mais pra si, quando deveríamos produzir mais para nós. Será esse nosso erro?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Programa pro Feriado

Já sabe o que vai fazer no feriado? Sei, tá longe ainda... não sabe nem o que fará amanhã...

Mas vai um programa interessante. Visite Rio das Ostras, lá além de um visual deslumbrante. Com direito a Lua Cheia no feriado de 07 de Setembro.

A diversão começa no dia 04/09 com "Uma noite no Mangue", com a banda Vitrola Digital e Dj Jada.



E no Domingo a já famosa "Roda Rio de Choro" no Quiosque da D. Maria na praia do centro. Você verá o sol se por, lindo, ao som do legítimo chorinho brasileiro.

Uma questão de Saúde Pública

O texto abaixo faz um comentário sobre a decisão política da Argentina de descriminalizar o uso pessoal da maconha. Já é hora de esse tema deixar de ser um tabu debatido nas páginas policiais e passar para o encarte de saúde.

Não se trata aqui de incentivar o uso, mas de se discutir e não criminalizar. A proposta argentina avança quando estabelece o uso privado, foca no traficante e fará propaganda para desistimular o uso. Ainda fica uma contradição, como o usuário vai conseguir a cannabis se o comércio ainda é criminalizado, talvez no cultivo.


Argentina e México liberam maconha: exemplo para o Brasil?

Conforme já se previa desde a reunião da ONU em Viena, em março, quando o mundo constatou que a guerra às drogas fracassou, a evolução das políticas sobre o assunto na América Latina começou finalmente a migrar para uma postura mais flexível, que distingue o consumidor do traficante e procura distribuir gastos públicos não apenas em repressão, mas também em prevenção e redução de danos. Depois do México, onde o presidente Felipe Calderón sancionou, sexta-feira passada, a lei que descriminaliza o porte de pequenas quantidades de maconha, ecstasy e cocaína, entre outras, desta vez foi a Argentina que alterou seu norte sobre o tema. A Suprema Corte do país deu, nesta terça-feira, sua palavra final num processo que pedia a inconstitucionalidade da punição por porte de maconha para uso pessoal, o que na prática descriminalizou o uso da droga no país.

A decisão do tribunal foi considerar procedente a ação - impetrada pelos advogados de defesa de cinco jovens presos por porte de maconha em 2006, na cidade de Rosário - que pedia a inconstitucionalidade da prisão, baseando-se no artigo 19 da Constituição argentina, que garante a proteção da intimidade e da autonomia pessoal de todos os cidadãos do país.
As iniciativas argentina e mexicana, que repetem mudanças parecidas já implementadas pela Colômbia e em estudo pelo Equador, podem servir de exemplo para mudanças no Brasil também. Apesar de desde 2006 termos uma lei mais flexível que a média mundial, na prática o porte de maconha por aqui continua sendo crime (apesar de não passível de prisão), o que dá margem a muitos erros de interpretação da lei por parte dos agentes de segurança pública que a aplicam.

Até hoje, no Brasil, não se sabe ao certo o quê ou quem decide o que é porte e o que é tráfico num caso de apreensão de drogas. Nem quais as fronteiras entre um caso e outro. Pelo que reza a nossa lei, por exemplo, qualquer pessoa flagrada com maconha deve ser encaminhada à delegacia para averiguação da quantidade e tipificação do crime que cometeu (se porte ou tráfico). Essa situação, por si só, já gera uma carga tamanha de contrangimento ao usuário que o que menos se vê na prática é essa averiguação verdadeiramente se consumar na delegacia. Afinal, é muito mais simples, rápido, eficiente e indolor "acertar" a situação diretamente com o policial na rua. E assim seguimos na nossa rotina de extorsão e hipocrisia.

Para mudar essa situação, e também reforçar a idéia de que uso de droga é problema de saúde pública, e não de polícia, a recém-criada Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia (CBDD) pretende promover neste segundo semestre um lobby junto ao governo e ao Congresso para pressionar pela aprovação de um projeto de lei, de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT/SP), que evolui os termos da lei, descriminalizando de vez o porte de maconha e introduzindo outras inovações, como a descriminalização também do plantio da cannabis.

Que os exemplos da Argentina e do México sirvam de estímulo para novos ventos de mudança aqui no Brasil também.

Texto retirado do Blog sobredrogas do Jornal O Globo:

http://oglobo.globo.com/blogs/sobredrogas/posts/2009/08/25/argentina-mexico-liberam-maconha-exemplo-para-brasil-217278.asp

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Domingo é dia de Choro em Rio das Ostras


Mostra do Filme “Brasileirinho”

"A meio caminho entre o documentário musical e o filme-show, ele se sustenta
numa estrutura leve e solta que valoriza o chorinho como arte do encontro."


BZZZZZZZ BZZZZZZZZ BZZZZZZZZ

Algo como um zumbizar BZZZZZZZ
Durante duas semanas foram realizadas cinco oficinas e uma Mostra de Cinema Ambiental (Batizada de MosCA) de mais uma etapa do circuito Humano Mar de Oficinas. Essas oficinas fazem parte de um Projeto de Educação Ambiental do Campo de Polvo. São realizadas pela Abaéte Estudos Sócios Ambientais, como parte do processo de licenciamento ambiental fornecido pelo IBAMA à empresa de Petróleo Devon. A legislação brasileira coloca que devem ser realizados projetos de educação ambiental,como contrapartida para obtenção de licenças para exploração de petróleo. Assim Rio das Ostras se localiza sob a área de influência do Campo de Polvo. (sugiro uma visita ao http://www.humanomar.com.br )

O encontro que se deu em diversos locais diferentes (bar da Tia Cirene ou Parada Universitária, casa da Tati Tavares, UFF e por fim a Concha Acústica de Rio das Ostras). O que se discutiu foi uma forma de construir um monitoramento popular, através de um Observatório local e como isso pode se feito utilizando recursos audiovisuais. Daí aparece à idéia do Cineclube como uma opção real de denúncia, organização e intervenção nas questões referentes ao meio ambiente.
No fim foi construído uma MosCA de grande qualidade com filmes que traziam à reflexão temas como organização e solidariedade como ferramentas transformar a realidade. O tema da Mostra era “Nem só de petróleo viverá o homem”.

A MosCA

A realização da Mosca na Concha Acústica teve ares de ocupação cultural. Tivemos milhões de preocupações em não ter problemas legais, a organização se reportou às autoridades competentes e o evento contou com o apoio da Fundação Rio das Ostras de Cultura.
A única tarefa era realizar o evento. O equipamento cultural público escolhido foi a Concha acústica que fica na praia do Centro. A concha, que fica ociosa a maior parte do tempo, embora se pareça um lugar público de realizar eventos falta-lhe um pequeno detalhe técnico. Energia Elétrica.



Mas a mostra se realizou, o Observatório Local de Rio das Ostras conseguiu energia com o quiosque da Maria (figura aliás importante para os eventos culturais de seu quiosque vem a energia elétrica que alimenta os eventos). Ocuparam a Concha, suja, com pichações, escura, sem tomadas. Montaram os equipamentos e projetaram na parede da concha os filmes. E então, famílias que passeavam pelo sábado à noite na praia do centro se dirigiram à Mosca, por ali passaram em torno de 200 pessoas.





Aquela ocupação deu sentido àquela suntuosa concha (que mais parece uma ostra) e fica ali sempre apagada, ao léu. Eventos como esses provam que devemos ocupar, resistir e produzir eventos culturais. Abertos ao público, que entretenham e levem as pessoas a refletirem criticamente a sua existência.

O Curta Entrespera, do Observatório Humano Mar, foi um exemplo. A mostra se chamava “Nem só de petróleo viverá o homem” , as pessoas estavam ali na concha (nos lembremos de como se encontra a concha), e o filme mostra uma obra pública que deveria ficar pronta em dezembro de 2008 e serviria para melhorar a pesca. Essa a principal atividade atingida pela exploração do petróleo, que financia o Observatório, a mostra, e concerteza ajudou a construir a concha. Essa contradição induz a indagação: Por que as coisas são assim?

Mais Eventos

Assim esperamos que existam novas ocupações como foi a MosCA. Aquele sábado provou que podemos fazer cultura crítica utilizando equipamentos públicos e que o comparecimento do público mostrou que há demanda para realizações dessa natureza. E para lembrar, algumas moscas marcaram de se encontrar no domingo às 14h antes da roda rio de Choro, no quiosque da Maria (atrás da Concha) para organizarem novas mostras de filmes. Estou ouvindo um zombido...



quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Como endireitar um esquerdista

*Frei Beto

Ser de esquerda é, desde que essa classificação surgiu na Revolução Francesa, optar pelos pobres, indignar-se frente à exclusão social, inconformar-se com toda forma de injustiça ou, como dizia Bobbio, considerar aberração a desigualdade social.
Ser de direita é tolerar injustiças, considerar os imperativos do mercado acima dos direitos humanos, encarar a pobreza como nódoa incurável, julgar que existem pessoas e povos intrinsecamente superiores a outros.

Ser esquerdista – patologia diagnosticada por Lênin como “doença infantil do comunismo” – é ficar contra o poder burguês até fazer parte dele. O esquerdista é um fundamentalista em causa própria. Encarna todos os esquemas religiosos próprios dos fundamentalistas da fé. Enche a boca de dogmas e venera um líder. Se o líder espirra, ele aplaude; se chora, ele entristece; se muda de opinião, ele rapidinho analisa a conjuntura para tentar demonstrar que na atual correlação de forças...

O esquerdista adora as categorias acadêmicas da esquerda, mas iguala-se ao general Figueiredo num ponto: não suporta cheiro de povo. Para ele, povo é aquele substantivo abstrato que só lhe parece concreto na hora de cabalar votos. Então o esquerdista se acerca dos pobres, não preocupado com a situação deles, e sim com um único intuito: angariar votos para si e/ou sua corriola. Passadas as eleições, adeus trouxas, e até o próximo pleito!

Como o esquerdista não tem princípios, apenas interesses, nada mais fácil do que endireitá-lo. Dê-lhe um bom emprego. Não pode ser trabalho, isso que obriga o comum dos mortais a ganhar o pão com sangue, suor e lágrimas. Tem que ser um desses empregos que pagam bom salário e concedem mais direitos que exige deveres. Sobretudo se for no poder público. Pode ser também na iniciativa privada. O importante é que o esquerdista se sinta aquinhoado com um significativo aumento de sua renda pessoal.

Isso acontece quando ele é eleito ou nomeado para uma função pública ou assume cargo de chefia numa empresa particular. Imediatamente abaixa a guarda. Nem faz autocrítica. Simplesmente o cheiro do dinheiro, combinado com a função de poder, produz a imbatível alquimia capaz de virar a cabeça do mais retórico dos revolucionários.

Bom salário, função de chefia, mordomias, eis os ingredientes para inebriar o esquerdista em seu itinerário rumo à direita envergonhada – a que age como tal mas não se assume. Logo, o esquerdista muda de amizades e caprichos. Troca a cachaça pelo vinho importado, a cerveja pelo uísque escocês, o apartamento pelo condomínio fechado, as rodas de bar pelas recepções e festas suntuosas.

Se um companheiro dos velhos tempos o procura, ele despista, desconversa, delega o caso à secretária, e à boca pequena se queixa do “chato”. Agora todos os seus passos são movidos, com precisão cirúrgica, rumo à escalada do poder. Adora conviver com gente importante, empresários, ricaços, latifundiários. Delicia-se com seus agrados e presentes. Sua maior desgraça seria voltar ao que era, desprovido de afagos e salamaleques, cidadão comum em luta pela sobrevivência.

Adeus ideais, utopias, sonhos! Viva o pragmatismo, a política de resultados, a cooptação, as maracutaias operadas com esperteza (embora ocorram acidentes de percurso. Neste caso, o esquerdista conta com o pronto socorro de seus pares: o silêncio obsequioso, o faz de conta de que nada houve, hoje foi você, amanhã pode ser eu...).

Lembrei-me dessa caracterização porque, dias atrás, encontrei num evento um antigo companheiro de movimentos populares, cúmplice na luta contra a ditadura. Perguntou se eu ainda mexia com essa “gente da periferia”. E pontificou: “Que burrice a sua largar o governo. Lá você poderia fazer muito mais por esse povo”.

Tive vontade de rir diante daquele companheiro que, outrora, faria um Che Guevara sentir-se um pequeno-burguês, tamanho o seu aguerrido fervor revolucionário. Contive-me, para não ser indelicado com aquela figura ridícula, cabelos engomados, trajes finos, sapatos de calçar anjos. Apenas respondi: “Tornei-me reacionário, fiel aos meus antigos princípios. E prefiro correr o risco de errar com os pobres do que ter a pretensão de acertar sem eles”.


*Frei Betto é escritor, autor de Calendário do Poder (Rocco), entre outros livros.

Texto retirado da sitio da liderança do PSOL http://www.liderancapsol.org.br/






terça-feira, 18 de agosto de 2009

A pandemia de gripe suína..

Um doc. Argentino que apresenta uma outra versão sobre a pandemia de gripe suína.

http://www.youtube.com/watch?v=CcgCBiyGljM