domingo, 31 de maio de 2009

Domingo é dia de Choro em Rio das Ostras!

Hoje para homenagear a roda, contarei uma breve história sobre a origem do choro.

A história do Choro provavelmente começa em 1808, ano em que a Família Real portuguesa chegou ao Brasil. Em 1815 a cidade do Rio de Janeiro foi promulgada capital do `Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves´. Em seguida passou por uma reforma urbana e cultural, quando foram criados cargos públicos. Com a corte portuguesa vieram instrumentos de origem européia como o piano, clarinete, violão, saxofone, bandolim e cavaquinho e também músicas de dança de salão européias, como a valsa, quadrilha, mazurca, modinha, minueto, xote e principalmente a polca, que viraram moda nos bailes daquela época. Esta última foi apresentada ao público em Julho de 1845.

A reforma urbana, os instrumentos e as músicas estrangeiras, juntamente com a abolição do tráfico de escravos no Brasil em 1850, podem ser considerados uma “receita” para o surgimento do Choro, já que possibilitou a emergência de uma nova classe social, a classe média, composta por funcionários públicos, instrumentistas de bandas militares e pequenos comerciantes, geralmente de origem negra, nos subúrbios do Rio de Janeiro. Essas pessoas, sem muito compromisso, passaram a formar conjuntos para tocar de “ouvido” essas músicas, que juntamente com alguns ritmos africanos já enraizados na cultura brasileira, como o batuque e o lundu, passaram a ser tocadas de maneira a brasileirada pelos músicos que foram então batizados de chorões. (Fonte: Wikipedia)

Então, tod@s a Roda, lá no Quiosque da D. Maria (junto ao Pier) a partir das 17h. Com o grupo Só Pra Moer e Thais Macedo.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Lá no Taberna da Amendoeira...

Quarta-feira, 27 de Maio de 2009.

Em uma noite fria, sob a luz de uma Lua minguante, algo mágico aconteceu em Rio das Ostras. Mais precisamente no Taberna da Amendoeira!

Auspicioso!

Esse foi o adjetivo mais pronunciado na noite. Quer dizer que promete algo de bom. Não só promete como já acontece.

A apresentação, ou ensaio do Trio de Sax (que na verdade é um quarteto) contagiou os presentes com interpretações de Jazz, composições de Astor Piazzolla e pérolas do Blues. Na verdade nem era uma apresentação, mas um ensaio, o primeiro ensaio! Como disse um dos presentes “Um ensaio vigiado”.

O conjunto parece ainda não ter nome, pensaram em sax...alguma coisa, mas os músicos tem nome e sobrenome (além de talento sobrando...) no Sax Barítono Mr. Luiz Felipe de Oliveira, no Sax Alto Rodrigo Zago e no Sax Soprano Alexandre Bittencourt. Parabéns a vocês.

Por fim, foi juntando mais gente no ensaio e a coisa ficou grande e bonita, chegou o Cabelo com uma guitarra e o Gil com sua flauta. Apareceu uma percussão e o som rolou animado. Todo Taberna se rendeu à música.

Assim, façam mais ensaios como esse! Pedimos, pois talentos brilhantes como vocês não nascem em árvores.

Não existem intocáveis!


O ex-prefeito da cidade em que nasci foi preso nesta quarta-feira. A denúncia era de desvio de R$ 15 milhões de reais. Outro ex-prefeito, do município de Aperibé, é considerado foragido desde que a operação foi deflagrada.

Três vezes prefeito de Santo Antônio de Pádua, Luis Fernando Padilha Leite, o “Nando”, foi preso em casa por agentes da Polícia Federal por orientação do Ministério Público. O ex-prefeito tinha fama na cidade de ser “intocável”, que fazia e acontecia.

O município, um dos mais pobres do Estado do Rio de Janeiro, que sofreu com uma enchente que inundou grande parte da cidade no último ano. É bom lembrar um fato que agravou a fúria das águas. A construção de um Shopping, de propriedade do Ex-prefeito, no centro da cidade deixou mais estreito o curso do Rio Pomba, o que contribuiu para a tragédia. Essa obra foi autorizada pela prefeitura, durante a gestão de Nando.

Assim o Ministério Público e a Polícia Federal vão pegando grandes peixes da corrupção e do desvio do dinheiro público. A população também precisa fazer sua parte para que este tipo de gente não tenha poder e tampouco sejam eleitos.

sábado, 16 de maio de 2009

Domingo é dia de Roda de Choro em Rio das Ostras!

Novamente às 17h no quiosque da D. Maria, em Rio das Ostras, irá se reunir a Roda Rio de Choro e Samba.

Já está virando um ponto de encontro de uma moçada inteligente, bonita e afim de curtir uma música harmoniosa e afinada.

Então tá marcado, domingo é dia de choro e samba em Rio das Ostras!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

15 de Maio - Dia do Assistente Social


Hoje é dia de dar os parabéns aos milhares de colegas de profissão espalhados pelo país, e também àqueles que ainda estão na graduação e em breve se tornarão Assistentes Sociais!

Um pouco da profissão:

A intervenção profissional – no âmbito de políticas sócio-assistenciais, na esfera pública ou privada – leva em consideração relações de classe, gênero, etnia, aspirações sociais, políticas, religiosas, culturais, além de componentes de ordem afetiva e emocional. Desenvolve atividades na abordagem direta da população que procura as instituições e o trabalho do profissional (entrevistas, atendimento de plantão social, visita domiciliar, orientações, encaminhamentos, reuniões, trabalho com indivíduos, famílias, grupos, comunidades, ações de educação e organização popular etc), como atua na pesquisa, administração, planejamento, supervisão, consultoria e gestão de políticas, programas e projetos na área social

Alguns princípios fundamentais da Ética Profissional:

Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes;

Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;

Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia de direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras;

Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;

Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;

Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação exploração de classe, etnia e gênero;

Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores;

Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;

Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física.

Parabéns a todos nós profissionais que dedicamos nossa força de trabalho a enfrentar as mazelas causadas pela concentração de riqueza, pela falta de emprego, falta de reforma agrária, pelo acesso negado à educação e saúde públicas de qualidade. Esses problemas se materializam no dia-a-dia na miséria, violência, na população de rua, nas crianças abandonadas, na infância perdida, na violência contra a mulher. Ou como dizem os Assistentes Sociais essas são as multiplas determinações e expressões da Questão Social (nosso objeto de trabalho)!

Parabéns a tod@s Assistentes Sociais! Continuaremos a seguir a profissão por este caminho!

http://www.youtube.com/watch?v=kqzCJNaDEmw



quinta-feira, 7 de maio de 2009

A boa de Sexta em Rio das Ostras!


Nesta sexta vai acontecer a festa "Uma noite no Mangue", que terá banda Vitrola Digital e a presença do DJ Jada!

A Banda formada por jovens talentos brilhantes da cidade fará um repertório da boa música brasileira.

Será no The Bar às 23h nesta sexta 08 de Maio.
Aonde fica? Rua Nova Friburgo, 265, Jardim Mariléia - Rio das Ostras.

terça-feira, 5 de maio de 2009

III Roda Rio de Choro




A III Edição da Roda Rio de Choro, foi novamente sensacional! Um pouco mais cheia do que a anterior, e com um algo a mais por conta da conquista do Flamengo.

O Coletivo "Só pra Moer" embalou os presentes com lindos choros. E Thais Macedo encantou com sua bela voz afinada.

Muitas famílias compareceram, jovens, adultos, crianças e também os mais experientes por lá passaram.

Todos cairam no samba!

Impossivel permanecer estático durante a roda. O ritmo, a música e o clima contagiam e quando nos damos contas já estamos rodando, cantando e sambando!

Estão todos de parabéns! Estaremos lá no próximo.

domingo, 3 de maio de 2009

Obituário...

Faleceu na madrugada de sábado Augusto Boal, dramaturgo e criador do teatro do oprimido. Boal foi uma referência para aqueles que fazem da arte um meio de luta. O Teatro do Oprimido simboliza isso. Segundo a enciclopédia livre Wikipédia, o Teatro do Oprimido (TO) é um método teatral que reúne Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais. Os seus principais objetivos são a democratização dos meios de produção teatrais, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo (tal como Paulo Freire pensou a educação) e do teatro. Em 2008, foi indicado ao prêmio Nobel da Paz devido ao reconhecimento a seu trabalho com o Teatro do Oprimido.

Assim, ficamos com um texto do Boal. Aqui está refletida a forma como via o mundo.

"Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.

Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática --tudo é teatro.

Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.

Em setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa --nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.

Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - 'Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida'.

Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas. Vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida. (Grifo meu)

Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento --é forma de vida!

Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!"

sábado, 2 de maio de 2009

Domigo é dia de Roda de Samba em Rio das Ostras!


Neste domingo dia 03 de Maio, acontecerá mais uma edição da Sensacional Roda Rio de Choro. Será no Quiosque da Dona Maria a partir das 16h. É a prova concreta que existe vida cultural inteligente em Rio das Ostras.

Imperdível!!

Convidado é o coletivo "Só pra Moer", vá leve seu instrumento e se junte a roda! Lá é democrático, aberto a tod@s.

É o programa perfeito para se levar a família, curtir uma linda paisagem, ouvir um samba e choro de primeira e conhecer gente nova e inteligente.

Termino com uma música de Jõao Gilberto, regravada por Roberta Sá.

Eu sambo mesmo

Há quem sambe muito bem
há que sambe por gostar

há quem sambe por ver os outros sambar
mas eu não sambo para copiar ninguém
eu sambo mesmo com vontade de sambar
porque no samba eu sinto o corpo remexer
e é só no samba que eu sinto prazer
é só no samba que eu sinto prazer
ah quem não gosta do samba
não dá valor, não sabe compreender

um samba quente harmonioso bulicoso
mexe com a gente da vontade de viver
a minoria diz que não gosta, mas gosta

e sofre muito quando vê alguém sambar
faz força se domina finge não estar
tomadinho pelo samba
louco pra sambar

tomadinho pelo samba
louco pra sambar

Artigo para Refletir...

Novo modelo de sociedade
Frei Betto*

Ao participar do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, a 15 de abril, no Rio, indaguei: diante da atual crise financeira, trata-se de salvar o capitalismo ou a humanidade? A resposta é aparentemente óbvia. Por que o advérbio de modo? Por uma simples razão: não são poucos os que acreditam que fora do capitalismo a humanidade não tem futuro. Mas teve passado?

Em cerca de 200 anos de predominância do capitalismo, o balanço é excelente se considerarmos a qualidade de vida de 20% da população mundial que vivem nos países ricos do hemisfério Norte. E os restantes 80%? Excelente também para bancos e grandes empresas. Porém, como explicar, à luz dos princípios éticos e humanitários mais elementares, estes dados da ONU e da FAO: de 6,5 bilhões de pessoas que habitam hoje o planeta, cerca de 4 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza, dos quais 1,3 bilhão abaixo da linha da miséria. E 950 milhões sofrem desnutrição crônica.

Se queremos tirar algum proveito da atual crise financeira, devemos pensar como mudar o rumo da história, e não apenas como salvar empresas, bancos e países insolventes. Devemos ir à raiz dos problemas e avançar o mais rapidamente possível na construção de uma sociedade baseada na satisfação das necessidades sociais, de respeito aos direitos da natureza e de participação popular num contexto de liberdades políticas.

O desafio consiste em construir um novo modelo econômico e social que coloque as finanças a serviço de um novo sistema democrático, fundado na satisfação de todos os direitos humanos: o trabalho decente, a soberania alimentar, o respeito ao meio ambiente, a diversidade cultural, a economia social e solidária, e um novo conceito de riqueza.

A atual crise financeira é sistêmica, de civilização, a exigir novos paradigmas. Se o período medieval teve como paradigma a fé; o moderno, a razão; o pós-moderno não pode cometer o equívoco de erigir o mercado em paradigma. Estamos todos em meio a uma crise que não é apenas financeira, é também alimentar, ambiental, energética, migratória, social e política. Trata-se de uma crise profunda, que põe em xeque a forma de produzir, comercializar e consumir. O modo de ser humano. Uma crise de valores.

Desacelerada a ciranda financeira, inútil os governos tentarem converter o dinheiro do contribuinte em boia de salvação de conglomerados privados insolventes. A crise exige que se encontre uma saída capaz de superar o sistema econômico que agrava a desigualdade social, favorece a xenofobia e o racismo, criminaliza os movimentos sociais e gera violência. Sistema que se empenha em priorizar a apropriação privada dos lucros acima dos direitos humanos universais; a propriedade particular acima do bem comum; e insiste em reduzir as pessoas à condição de consumistas, e não em promovê-las à dignidade de cidadãos.

Há que transformar a ONU, reformada e democratizada, no fórum idôneo para articular as respostas e soluções à atual crise. Urge implementar mecanismos internacionais de controle do movimento de capitais; de regular o livre comércio; de pôr fim à supremacia do dólar e aos paraísos fiscais; e assegurar a estabilidade financeira em âmbito mundial.

Não haveremos de encontrar saída se não nos dermos conta de que novos valores devem ser rigorosamente assumidos, como tornar moralmente inaceitável a pobreza absoluta, em especial na forma de fome e desnutrição. É preciso construir uma cultura política de partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano, e passar da globocolonização à globalização da solidariedade.

As Metas do Milênio e, em especial, os sete objetivos básicos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, de 1995, devem servir de base a um pacto para uma nova civilização: 1) Escolaridade primária universal; 2) Redução imediata do analfabetismo de adultos em 50%; 3) Atenção primária de saúde para todos; 4) Eliminação da desnutrição grave e redução da moderada em 50%; 5) Serviços de planificação familiar; 6) Água apta para o consumo ao alcance de todos; 7) Créditos a juros baixos para empresas sociais.

A experiência histórica demonstra que a efetivação dessas metas exige transformações estruturais profundas no modelo de sociedade que predomina hoje, de modo a reduzir significativamente as profundas assimetrias entre nações e desigualdades entre pessoas.

* Escritor e assessor de movimentos sociais