sexta-feira, 25 de junho de 2010

O exemplo de Saramago

Pensar, pensar
Por Fundação José Saramago

Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma.

Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008.

Esse foi o post publicada no blog de Saramago (http://caderno.josesaramago.org/2010/06/18/pensar-pensar/) no diade sua morte.

O literário português, ganhador do Premio Nobel, é um caso a ser pensado. Sua filosofia, viva e atuante, fica para nós o exemplo. Nesses tempos de hoje, em que tudo é tão acelerado,falta-nos um momento de reflexão. Refletir sobre nós mesmos, pensar sobre o mundo.

As idéias por si só não mudam nada, mas os homens sem idéias nada são capazes de fazer. Homens determinados, organizados e movidos por ideais de liberdade foram e são os agentes da transformação, da criação do mundo novo livre da exploração e da miséria.

[ A existência de idéias revolucionárias numa determinada época já pressupõe a existência de uma classe revolucionária. Karl Marx, A Ideologia Alemã ]

Mas é preciso também ir para além das idéias, torná-las práticas, reais. Realizar o real a partir do abstrato e do pensamento fazer o concreto. A práxis. Antonio Gramsci, filosofo italiano que dissertou sobre a filosofia da práxis, que seria uma vontade coletiva, homens combinados que interferem no curso da história, e a re-inventam.

Assim foi o português José Saramago, escritor premiado. Seus textos, de certo, que tocaram muitas mentes. Mas Saramago não foi só um homem das idéias ele realizou a práxis. Membro do Partido Comunista Português desde 1969, o escritor deu sua contribuição militante participando da Revolução dos Cravos em seu país natal.

Um velho jovem que manteve sua rebeldia intacta até o fim de sua vida. Enquanto em nosso tempo se destacam os jovens velhos que se entregam ao conformismo e passam a dedicar a vida ao consumo. O exemplo de José Saramago é que devemos acreditar na humanidade e em sua capacidade de transformação, mais do que isso. Temos que ser esses humanos que farão a transformação. Que os jovens despertem!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

MST: Organização Criminosa ou Movimento Social


16 de junho (quarta) – 18h
UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Auditório 71 – 7º andar
Rua São Francisco Xavier, 524 - Maracanã.

17 de junho (quinta) – 18h
Faculdade Nacional de Direito - UFRJ
Salão Nobre
Rua Moncorvo Filho, 8 - Centro (Praça da República).

MESA:
- Marcelo Durão
Coordenador Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

COMENTARISTAS:
- Carlos Henrique Naegeli Gondim
Procurador Federal junto ao INCRA/RJ

- Paulo Alentejano
Doutor em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, Professor de Geografia

- Plínio de Arruda Sampaio
Procurador aposentado no Estado de São Paulo, Presidente da Associação
Brasileira pela Reforma Agrária.

- Paula Mairan
Graduada em Comunicação Social pela UFF, ex-jornalista da Folha de São Paulo e do Jornal do Brasil.


Fundado no inicio da década de 1980, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é hoje apontado por muitos como um dos mais expressivos movimentos sociais da América Latina. O acesso a terra é a principal bandeira do movimento que, entre outras formas de luta, se utiliza da ocupação de terras como forma de resistência e de pressionar o governo por reforma agrária.

Durante sua longa trajetória, o MST provocou diferentes reações em distintos segmentos da sociedade, ganhando assim tanto apoiadores como adversários, sendo duramente atacado pela mídia, polícia, governos, fazendeiros... Mas, não obstante, foi também reconhecido pelo mundo inteiro e arduamente defendido, especialmente por seus militantes presentes em todo o Brasil.

De um lado, estão os que acreditam que o movimento não passa de um bando de vândalos, que depredam injustamente propriedades alheias, agem com violência ou mesmo que são camponeses manipulados por dirigentes mal intencionados. De outro, aqueles que defendem a sua legitimidade enquanto movimento social organizado, expressão da democracia e apontam para a justeza da sua luta por reforma agrária.

Sendo assim, na perspectiva de fomentar a reflexão nos espaços universitários sobre esta importante questão, construímos juntos este debate. Procuramos dar à atividade a forma de uma sabatina, a fim de incitar a discussão, focando nas questões que serão apresentadas aos debatedores pelos participantes. Portanto, contamos com a participação de todos.


Organizadores:
Núcleo Estudantil de Apoio Reforma Agrária
Movimento "Direito Para Quem?"
Associação de Docentes da UFRJ
Associação de Docentes da UERJ
Consciente Coletivo
Programa de Estudos da América Latina e Caribe
Outro Brasil – LPP
GeoAgrária
Nós Não Vamos Pagar Nada
Projeto de Pesquisa Sociologia Urbana/FND/UFRJ
LOCUSS/ESS- Rede de pesquisa sobre poder local, políticas urbanas e serviço social
CACS - UFRJ
Campanha Somos Todos Sem Terra

Apoio:
Expressão popular
Lúmen Juris
Editora Revan