sexta-feira, 30 de abril de 2010

Domingo é dia de Roda Rio de Choro em Rio das Ostras

Neste domingo tem Roda Rio de Choro, a partir das 16h lá atrás da Concha Anti-acústica e junto do Quiosque de Dona Maria. Para celebrar a Roda em alto estilo segue abaixo um texto feito pelo Coletivo Só pra Moer:


“O Choro resistiu a epidemias, pragas, duas guerras mundiais, golpes
militares, desprezo de todos os governos, pouco caso das gravadoras,
resiste ao massacrante processo de idiotização musical imposto pela
globalização do lixo cultural internacional, e vai resistir a tudo. O
seu desenvolvimento é permanente e independente de valores impostos.
O Choro tem seus próprios parâmetros. Quem o conhece na intimidade não
se impressiona com vanguardismos pueris e nem se sente pressionado por uma suposta necessidade de adaptação ao som da moda.”(Mauricio Carrilho)

Temos espaços abertos em todos os lugares, basta querermos, o Choro, o Samba e toda rica Música Brasileira tem esse poder. Temos o dever de propagar a nossa genuína cultura. “Isso verdadeiramente é manifestação da arte”, disse uma amiga que presenciou a Roda Rio de Choro. “É isso aí! Eles são brasileiros e nada mais natural que tocarem música Brasileira. Lindo. Lindo Lindo” disse outro entusiasta. Ficamos muito gratos pela presença de todos.
Esse programa resgata a essência da musicalidade brasileira. O objetivo
desse manifesto é simples: Difundir e promover o Choro na nossa
Rio das Ostras e região.

A Roda Rio de Choro é uma Roda aberta a todos, os músicos vão pelo prazer, ninguém recebe cachê. Caminhamos sem patrocínio, contamos apenas com o entusiasmo dos músicos, dos cidadãos e toda “assistência” maravilhosa que domingo sim domingo não tá aqui pra curtir essa brisa gostosa, encontrar novos velhos amigos e ouvir uma música que se confunde com nossa alma brasileira. .
Roda de Choro e Samba é uma manifestação cultural brasileira que nos
possibilita aprender e ensinar. Na roda, temos total liberdade, podemos
arriscar umas notas, jogar fora outras. Podemos até mesmo errar. A roda
fomenta desafios, provoca situações engraçadas, improvisos, variações e
claro, muita diversão. É a hora de testar um novo acorde, outro andamento...

O lugar escolhido foi pela beleza que ele nos proporciona, com a visão
do maravilhoso mar, a bela baía sempre iluminada pelo pôr do sol refletido nas
águas que beijam a orla. O Morro São João imponente com seu vulcão
inativo. A praça São Pedro, símbolo de lazer e diversão.

Aos músicos de Choro, Samba, Seresta, Bossa nova, Forró, Mangue... Enfim amantes e adoradores da genuína Música Brasileira... Venham
participar com seus instrumentos... Essa integração é fundamental para
difusão da roda. Esse é um espaço generoso e democrático.
Coletivo Só Pra Moer

Quadros, Quadrinhos Quadrados




Hoje é dose tripla, para uma tripla reflexão.
A primeira tira é de André Dahmer, cartunista com raro humor ácido e crítico. Em seguida Quino, argentino e criador de Mafalda. E por fim Nico, jovem cartunista e autor do livro Henfil - O humor subversivo.

Marcha da Maconha do Rio de Janeiro



Dia primeiro de Maio, dia do Trabalhador, será realizada a Marcha da Maconha no Rio de Janeiro. Esse movimento já foi cerceado em outros anos, mas agora se conseguiu um Habeas Corpus preventivo. Uma Vitória da liberdade de manifestação no Rio de Janeiro

Participe! O uso da Cannabis é de fórum intimo e privado de cada cidadão, o Estado não pode interferir nisto. A questão das drogas é uma questão de saúde pública e não de polícia!

Abaixo um trecho do Habeas Corpus concedido:

“O grau de importância que a Constituição atribuiu à livre expressão, como direito fundamental, a põe a salvo de certas investidas do poder público visando à sua limitação. (…)Aos agentes administrativos e policiais não cabe imiscuírem-se na liberdade de expressão, a título de controlar sua legitimidade, providência de todo inconstitucional.”



A Marcha se reunirá no Jardim de Alah às 14h.

domingo, 4 de abril de 2010

Um Ano da Roda Rio de Choro

Um ano depois do começo celebramos o primeiro aniversário! E muita coisa aconteceu lá atrás da concha acústica junto ao quiosque da D. Maria. Uma bela reunião de músicos, ouvintes e passantes que ao som do choro e samba riram, brincaram e dançaram.

Um espaço que não possui dono, mas construtores que de quinzena em quinzena tornam o domingo mais saboroso do que o comum. Lá tem os que não faltam e “de certa forma” garantem sua existência: O Felipe (Zé Gota) com sua flauta mágica, diria como a de Pã. Tem também o Rubinho violando nas sete cordas e sempre nos agraciando com comentários, informações e citações sobre a cultura do choro e samba. O Jansen que faz o pandeiro e conduz a marcação e a cadência do choro, e sem nos esquecer das belas canjas cantadas do samba. O Ivan, violeiro, harmoniza o evento. É também um compositor de belas letras, a do latim marca quem ouve. Quatro é mais de um, é um coletivo, Coletivo Só pra Moer. Esses fazem quase uma “militância” cultural, já passaram documentário (Brasileirinho), já distribuíram manifesto e lá deixa sua contribuição contra a mercantilização da música e desvalorização do chorinho. São resistentes culturais.

Não se pode deixar de lembrar os que operam o som, e também desde o início, fazem da roda um ponto de encontro e diversão, aquele abraço pro Vitor e pro Gil. E Dona Maria, nem se fala, uma simpatia única.

Mas a Roda gira e por lá passam muitos que tocam, cantam e brincam. A Roda é livre, leve o instrumento e faça parte dela, sinta-se um construtor também. Tem os mais freqüentes, como o Onça tamborinzado, o Friaça com seu balde, um cuiquero (cujo nome não me lembro). Tem a Thaís que quando da o ar de sua graça deixa sua voz forte marcada em nossos ouvidos e corações, cantando Noel, Cartola e Clara Nunes. Tem uns vitroleiros que também são bambas: Zago, Cabelo, Wagão e Alexandre Bagan, que fazem uma palhinha vez em quando. Sem esquecer que tem o Tico e a Nininha com sua doce flauta doce. E até eu mesmo faço meu barulhim seja no tamborim, seja no ovim. Enfim é uma roda de todos que por lá passam.

Nessa girante Roda muita coisa já se passou, muita história aconteceu. Teve de tudo. Já começou de forma inusitada, a primeira roda marcada foi prejudicada pela chuva. Ali no princípio era um público de poucos, mas fiéis celebrantes. Tem domingo que a roda “tá de massas” falta até mesa pra sentar. Mas em outros são apenas aqueles poucos e fiéis. Tem dia que aparece cidadão que pede pra tocar pagode (quando fica de massas tem que aturar), ou então o cidadão que senta pra tocar ou pede pra cantar sem saber o que está fazendo. Já teve dia que rolou acústico. Teve o dia que choveu e ficaram lá uns dez refugiados sob os grandes guarda-sóis do quiosque de Dona Maria fazendo música de qualidade e outra vez em que choveu, de novo, a Roda virou um grande momento festivo ocupando o espaço ocioso da Concha Acústica.

Alias a chuva é presença quase constante nos domingos de Roda, mas esse não é um fenômeno físico. Mas a própria comprovação metafísica da existência de Deuses que nos observam. Vou revelar o segredo da chuva... os Deuses nos observam a partir de sua entediante vida de Deuses que só fazem olhar os humanos. Quando ouvem a melodia do chorinho, não tem outra reação que não chorar, chorar e chorar e entender a grandiosidade do ser humano. Por isso a chuva, espero que hoje eles segurem a emoção.

Enfim, brincadeiras a parte, celebrar um ano de Roda Rio de Choro é lembrar que a cultura brasileira é motivo de orgulhos e que nos solidificamos em nossas raízes culturais. Muitas são as motivações para que a Roda continue sua existência por muitos anos, seja por curtir o chorinho e uma cachacinha de qualidade, seja para ver, fazer e brindar os amigos ou só mesmo pra curtir um belíssimo por do sol, que em Rio das Ostras é lindo. A essência que garante a existência da Roda é o espírito coletivo, solidário e feliz dos que por lá passam.